São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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OEA vê risco de mais instabilidade no país

Avaliação é de Albert Ramdin, subsecretário e responsável pela força-tarefa do organismo no país caribenho

Em entrevista à Folha, ele defende que governo e candidatos respeitem resultado do relatório sobre 1º turno eleitoral

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Para complicar a situação de devastação do Haiti, o país tem políticos e candidatos presidenciais nem sempre responsáveis e enorme risco de instabilidade.
A avaliação é de Albert Ramdin, subsecretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) e responsável pela força-tarefa do órgão no Haiti.
Ele disse à Folha ver com grande preocupação a chance de nova onda de violência no país.
Ramdin falava sobre a oficialização, em breve, da análise de uma comissão da OEA sobre o primeiro turno da eleição presidencial do país, sob suspeita de fraudes.
Trechos vazados à imprensa indicam que a OEA vai sugerir que o candidato do governo à Presidência seja retirado do segundo turno.

Folha - Por que a OEA não oficializou ainda o relatório? Albert Ramdin - O relatório está pronto para ser entregue ao governo René Préval, mas eles ainda não disseram quando poderão recebê-lo. Queremos completar logo nosso trabalho.

O sr. confia em que o governo haitiano desta vez "tomará a decisão correta", como disse? Estou certo de que o governo haitiano tomará a decisão certa porque temos de impedir novo surto de violência e instabilidade política. O Haiti tem muitos outros problemas que precisa abordar, e o governo sabe disso. É preciso haver clareza sobre a eleição para que possamos ir ao segundo turno. Precisamos de um presidente eleito constitucionalmente para que ele possa começar a trabalhar nos problemas reais do Haiti.

Mas o sr. crê que seguirão as recomendações da OEA? O premiê disse que o governo aceitaria as recomendações. Tudo o que posso esperar é que vejam a necessidade de tomar a decisão correta, em nome da estabilidade política.

O sr. está preocupado com a chance de mais violência? Estou preocupado, sim, devido ao que já vimos no passado. Infelizmente, alguns dos líderes políticos e dos candidatos presidenciais não se comportaram de forma responsável. Espero que todos entendam, principalmente os candidatos, que há uma enorme responsabilidade sobre eles agora para responder de forma muito calma ao relatório. Isso significa não convocar protestos nem apoiar nenhum tipo de ação violenta. Senão, vamos ter uma situação muito difícil.

Colaborou FLÁVIA MARREIRO


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