São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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Doação do Brasil ao exterior sobe 50%

Estudo do Ipea diz que ajuda internacional atingiu R$ 3,2 bi entre 2005 e 2009, equivalente a R$ 16 por pessoa

No entanto, Brasil ainda está atrás dos níveis de doação de emergentes como Turquia, China, Índia e Coreia do Sul

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

A ajuda ao desenvolvimento prestada pelo Brasil a outros países cresceu 50% entre 2005 e 2009, mostra o primeiro balanço do setor, feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e a ABC (Agência Brasileira de Cooperação).
Hoje, ela é comparável à do Leste Europeu. Mas está abaixo da oferecida por emergentes como Turquia, Coreia do Sul, China e Índia.
Os maiores aumentos aconteceram em dois itens que aumentam a visibilidade política do país doador: assistência humanitária e cooperação técnica, prestada a partir de acordos bilaterais em áreas como saúde, educação e agricultura.
No período, o total doado foi de R$ 3,2 bi (valor corrigido pela inflação), ou R$ 16 por cada brasileiro.
Como proporção do PIB, a ajuda anual é pequena, 0,02%. Dos países desenvolvidos, cobra-se o mínimo de 0,7%. Mas só cinco -Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda e Luxemburgo- atingiram essa meta em 2009.
Dois terços da ajuda foram para organismos internacionais e fundos regionais.
A ODA (assistência oficial ao desenvolvimento) é veículo tradicional dos países ricos para ganhar prestígio e poder. Nos últimos anos, potências em ascensão vêm passando de recebedores a prestadores de ODA.
Os números do Brasil consideraram só doações integrais. É a maior diferença em relação às cifras da OCDE (clube de países ricos), que incluem empréstimos com o mínimo de 25% de doação.
Em comparação imperfeita, o valor gasto em 2009 pelo Brasil (US$ 362,2 milhões) equivale ao da Polônia (US$ 370 milhões) e a cerca de metade do da Turquia (US$ 780 milhões).
Não há números oficiais para China e Índia, mas estudo da OCDE estimou-os em US$ 2 bilhões e US$ 480 milhões, respectivamente. Os maiores beneficiários individuais da ajuda brasileira foram Haiti, Cuba, Paraguai, Argentina, Guiné Bissau e Moçambique.

FOLHA.com
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