São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Xiitas querem Jaafari como premiê

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro interino iraquiano, Ibrahim Jaafari, deve ser confirmado como líder do novo governo, depois que o bloco árabe-xiita o escolheu ontem.
Depois de semanas de disputas, que expuseram divisões no maior bloco do Parlamento, a Aliança do Iraque Unido escolheu Jaafari, que derrotou o economista pragmático Adel Abdul Mahdi por apenas um voto.
A escolha ainda não é definitiva. Como o maior bloco no Parlamento, os xiitas indicarão Jaafari para ser primeiro-ministro. Ele deve ser aprovado por maioria simples no Parlamento, segundo a Constituição iraquiana.
A decisão do bloco xiita pode dar início a negociações sobre a formação do novo governo, quase dois meses depois das eleições parlamentares, que foram realizadas em 15 de dezembro de 2005.
"As prioridades do novo governo serão as mesmas do anterior: segurança, economia e reconstrução", disse Jaafari.
Árabes sunitas se opõem à escolha e alegam que milícias xiitas, ligadas a parceiros de Jaafari no governo, lideram esquadrões da morte contra sunitas. O governo de Jaafari negou as acusações.
Líderes curdos expressaram preocupação com a escolha xiita. O presidente iraquiano, Jalal Talabani, membro da coalizão curda, disse que os curdos não irão apoiar Jaafari se a Lista Nacional Iraquiana, do antigo primeiro-ministro Ayad Allawi, não for incluída no governo.
Diversos xiitas se opõem a Allawi que, como Talabani, tem boas relações com os Estados Unidos e é favorável a um governo secular.
O parlamentar curdo Mahmoud Othman afirmou que os curdos têm objeções a Jaafari porque ele teria excluído o grupo das decisões de seu governo e não teria feito nada para devolver a cidade de Kirkuk aos curdos.

Incidentes
Vários atentados mataram pelo menos três pessoas e feriram outras 22 em Bagdá e no norte da capital iraquiana ontem.
Entre as vítimas estava um funcionário do Ministério da Educação iraquiano.
Um dos advogados de Saddam Hussein negou ontem que o ex-ditador faria greve de fome para protestar contra a decisão do Alto Tribunal Iraquiano de obrigá-lo a comparecer a julgamento. A informação havia sido divulgada por outro de seus advogados no mesmo dia.
No sábado, os seqüestradores da jornalista americana Jill Carroll estabeleceram o próximo dia 26 como último prazo para que suas exigências sejam atendidas. A jornalista, de 28 anos, foi seqüestrada no dia 7 de janeiro.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Vídeo tem britânicos agredindo civis em Basra
Próximo Texto: Oriente médio: Sharon está em estado crítico, porém estável
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.