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CARIBE
2º turno não está descartado
Funcionário eleitoral vê manipulação no Haiti
DA REDAÇÃO
Um membro da comissão eleitoral do Haiti disse ontem que os
resultados da eleição ocorrida na
última terça-feira estão sendo
manipulados. No mesmo dia,
mais de 10 mil manifestantes tomaram as ruas da capital, Porto
Príncipe, para exigir que o ex-presidente, René Préval, que tinha até
o fechamento desta edição 49,1%
dos votos válidos e ainda corria o
risco de ir para o segundo turno,
fosse declarado vencedor.
"Eu acredito que há um certo
nível de manipulação", disse Pierre Richard Duchemin à agência
de notícias Associated Press.
"Existe um esforço para que as
pessoas parem de questionar o
processo de apuração."
O resultado final, que estava inicialmente previsto para a última
quinta-feira, deveria sair na noite
de ontem, segundo autoridades
locais. Mas até o fechamento desta edição não foi divulgado.
Alguns dos manifestantes favoráveis a Préval ameaçaram transformar o protesto em um ato violento se o candidato não fosse declarado vencedor no primeiro
turno e levantaram a hipótese de
fraude no processo eleitoral.
"Se eles tirarem a eleição de Préval, não ficaremos quietos", disse
Robert Antoine, 23, morador da
favela de Bel-Air, reduto eleitoral
de Préval, assim como a favela de
Cité Soleil. "O povo votou nele em
massa, e parece que a comissão
eleitoral está jogando com o resultado." Cerca de 125 mil cédulas
-ou 7,5% dos votos- foram declaradas inválidas por causa de irregularidades, levantando suspeitas nos defensores de Préval, que
acreditam que tenha havido "roubo de votos".
Em Cité Soleil, cerca de mil pessoas vestindo camisetas de Préval
e com buzinas se reuniram e prepararam uma passeata para o escritório da comissão eleitoral.
Na passeata de Porto Príncipe,
manifestantes usando bonés de
Préval e abanando bandeiras do
candidato marcharam fazendo
muito barulho para a rua principal, gritando: "Nosso coração bate por Préval".
"Préval ganhou com 70% dos
votos", afirmou o professor Charles Jean Robert, 45, que disse ainda que "as autoridades querem
fazer "mutretas" para favorecer
[Leslie] Manigat".
Outro grupo favorável ao candidato planejou bloquear as estradas em Jeremie, uma cidade a cerca de 160 km ao sudeste da capital.
O primeiro-ministro interino
do Haiti, Gérard Latortue, e o enviado da Organização das Nações
Unidas (ONU), Juan Gabriel Valdes, estiveram presentes aos protestos, acompanhados por guardas de segurança armados com
fuzis.
Com agências internacionais
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