São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

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Acordo com coreanos tem versão preliminar

Pyongyang teria de desistir de arsenal nuclear

DO "NEW YORK TIMES"

Diplomatas reunidos em Pequim para negociar a suspensão do programa de desenvolvimento de um arsenal nuclear norte-coreano elaboraram na noite de ontem [manhã de hoje, na capital da China] o esboço de um acordo.
A informação é de um membro da delegação dos EUA -estão presentes também negociadores da Coréia do Sul, do Japão, da Rússia e da China, além da Coréia do Norte.
"Achamos que é um excelente esboço", disse o enviado americano, Christopher R. Hill, subsecretário de Estado.
O acordo final poderia ser anunciado ainda na manhã de hoje, após os delegados em Pequim conseguirem o sinal verde de seus governos.
As perspectivas de um acordo -que o governo Bush acredita fará com que Pyongyang abandone seu programa de armas nucleares-pareciam estar se dissipando no domingo, quando os norte-coreanos exigiram uma enorme remessa de petróleo e energia elétrica antes que marcassem um cronograma para abandonar o programa nuclear. Ainda não foi revelado nenhum detalhe do esboço de ontem, mas é provável que tais demandas estejam de algum modo contempladas.

Inspetores
Um resumo da proposta de acordo que circulava em Washington ainda ontem deixava claro que, mesmo que a Coréia do Norte aceite dar os primeiros passos -quais sejam, lacrar seu principal reator nuclear e permitir que inspetores estrangeiros voltem a visitar o país-, não há nenhum prazo específico para que Pyongyang desmonte nenhuma das armas nucleares ou se livre do combustível nuclear que produziu nos últimos anos.
Essencialmente, o acordo esboçado parece estabelecer que a Coréia do Norte não produzirá mais armas nucleares, mas posterga a discussão sobre o destino o material nuclear já em posse dos norte-coreanos.
O resumo do acordo, do qual o "New York Times" obteve cópia, convoca os seis países reunidos em Pequim a "criar grupos de trabalho para a implementação rápida e completa" de um acordo, de setembro de 2005, pelo qual a Coréia do Norte se compromete, em princípio, a abandonar seu programa de armamento nuclear. No resumo não havia menção ao que os norte-coreanos ganhariam por desistir das armas nucleares.
Qualquer acordo fechado com a Coréia do Norte será inevitavelmente comparado ao compromisso de 1994, firmado com o governo americano do democrata Bill Clinton. O presidente George W. Bush e a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, têm criticado esse acordo porque ele estabeleceu um congelamento das atividades nucleares dos norte-coreanos que era facilmente reversível.
O acordo finalmente ruiu em 2002, e acredita-se que Pyongyang, a partir de então, converteu o combustível nuclear em material bélico.
A Coréia do Norte fez seu primeiro teste de armamento nuclear em outubro do ano passado, mas obteve sucesso apenas parcial.


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