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Paquistão prende 6 por ataque a Mumbai
Islamabad admite que terroristas envolvidos em atentado na cidade indiana partiram do país, como afirmava Nova Déli
Prisões amenizam a tensão entre rivais; Índia apontava leniência em investigações e insinuava envolvimento da inteligência paquistanesa
DA REDAÇÃO
O Paquistão reconheceu, pela primeira vez, que a ofensiva
terrorista a Mumbai (antiga
Bombaim) foi parcialmente
planejada em seu território,
confirmando alegações indianas. Os ataques coordenados,
que aterrorizaram a cidade em
novembro e mataram mais de
160 pessoas, inflamaram as
tensões entre a Índia e o Paquistão, potências nucleares rivais que vinham experimentando uma recente distensão.
"Parte da conspiração foi feita no Paquistão", disse o ministro interino do Interior, Rehman Malik, que anunciou ontem a prisão de seis suspeitos
de envolvimento na ofensiva à
Mumbai. Um dos detidos é
Hamman Amin Sadiq, rastreado por meio de transferências
financeiras e ligações telefônicas, citado por Malik como
principal articulador do plano.
Três suspeitos estão sob investigação, incluindo Zaki ur-Rehman Lakhvi, comandante
operacional do grupo islâmico
proscrito Lashkar-e-Taiba
(exército dos devotos), que a
Índia aponta como mentor dos
ataques. Ele tinha sido preso no
final do ano passado.
Nova Déli saudou como "um
desdobramento muito positivo" a prisão dos suspeitos,
anunciada por Malik no último
dia da visita do enviado especial
dos EUA para o Paquistão e o
Afeganistão, Richard Holbrooke. A Casa Branca buscou equilibrar a crise entre seus aliados,
cobrando moderação de Nova
Déli e cooperação de Islamabad
nas investigações.
Autoridades indianas acusavam Islamabad de leniência no
combate ao Lashkar-e-Taiba.
Afirmavam, ainda, que a ofensiva não teria sido possível sem a
conivência de agentes da inteligência paquistanesa.
Malik não comentou as críticas indianas. Confirmou, porém, o envolvimento do Lashkar-e-Taiba, grupo de origem
paquistanesa que luta contra o
domínio indiano na Caxemira.
Proscrita por Islamabad em
2002, a organização tem ligação histórica com a inteligência
paquistanesa, que, nas décadas
de 80 e 90, fomentou a insurgência islâmica na Caxemira,
disputada pelos dois países.
Segundo Malik, foram identificados e-mails do coordenador de comunicação do Lashkar-e-Taiba reclamando a autoria dos ataques. O grupo sempre negou envolvimento nos
ataques de Mumbai.
Em entrevista transmitida
em rede nacional de TV, o ministro disse que os terroristas
partiram do litoral paquistanês, como afirmara Nova Déli.
Segundo Malik, eles viajaram
em barcos infláveis comprados
na cidade paquistanesa de Karachi e reabasteceram no Estado indiano de Gujurat.
As autoridades paquistanesas ainda não identificaram os
nove terroristas mortos durante a ofensiva a Mumbai.
"Nós pedimos mais informações à Índia", disse Malik.
Em janeiro, Nova Déli entregou a Islamabad um dossiê com
evidências do envolvimento de
paquistaneses nos ataques. O
único terrorista sobrevivente,
Ajmal Kasab, é cidadão paquistanês.
Com agências internacionais
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