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Investigação de ataques a Cabul evoca o Paquistão
DA REDAÇÃO
Um dia após atentados simultâneos reivindicados pelo
Taleban terem matado 20 e ferido ao menos 57 pessoas em
três prédios públicos de Cabul,
autoridades americanas e afegãs apontaram o dedo para o
Paquistão, ao comentar as investigações dos ataques.
Ontem, antes de Richard
Holbrooke, enviado especial do
presidente Barack Obama ao
Paquistão e ao Afeganistão, desembarcar na capital afegã, o
chefe da inteligência local externou a suspeita. "Ao entrarem no Ministério da Justiça,
antes do início da matança de
civis, eles mandaram três mensagens ao Paquistão, pedindo
bênção a seu mentor", disse
Amerulah Saleh.
O "New York Times" publicou que, segundo um alto funcionário da inteligência americana, investigações preliminares apontaram que os ataques
provavelmente foram articulados por um grupo baseado no
Paquistão e liderado por Jalaluddin Haqqani. O veterano líder da guerrilha islâmica que
combateu a ocupação soviética
nos anos 80 com respaldo da
CIA foi chanceler do governo
do Taleban no Afeganistão.
Essa versão aponta que o ISI,
serviço secreto paquistanês
-com quem Haqqani tem bons
contatos, segundo os EUA- deve ter auxiliado a operação.
Ele é apontado também como o mentor intelectual do ataque à Embaixada da Índia em
Cabul em julho do ano passado,
que matou mais de 60 pessoas,
e, segundo Nova Déli, contou
com a cooperação do ISI.
Desonesto e impopular
Apesar de suspeitarem da articulação dos ataques no Paquistão, os americanos não
isentaram o governo afegão de
responsabilidade pelo fortalecimento do Taleban no país.
"A inabilidade de Cabul de
construir instituições públicas
efetivas, honestas e leais em nível provincial erode sua legitimidade popular e aumenta a
influência de líderes guerreiros
locais e do Taleban", afirmou
Dennis Blair, chefe da inteligência dos EUA, em crítica
aberta ao governo do presidente Hamid Karzai -empossado
com um apoio americano que
se esvai cada vez mais rápido.
Neste clima de tensão, a chegada de Holbrooke a Cabul ontem foi marcada pelo reforço da
segurança. A presença do enviado de Obama na capital afegã foi confirmada por um porta-voz da Embaixada dos EUA,
que não revelou a programação
do americano na cidade.
Além dos ataques de anteontem, as preocupações quanto à
segurança foram intensificadas
porque um porta-voz do Taleban alegou que ainda há oito
homens-bomba espalhados
por Cabul "procurando uma
oportunidade".
Com agências internacionais
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