São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011

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Itamaraty quer evitar que tema marque visita de Obama ao país

DO RIO

O Itamaraty quer evitar que a visita de Barack Obama ao Brasil seja marcada por especulações sobre eventual apoio dele à candidatura brasileira ao Conselho de Segurança da ONU.
"Essa questão não definirá nosso relacionamento com os EUA. Não existe a expectativa nem de um apoio parecido com o da Índia nem de uma afirmação desse ou daquele caminho para a reforma [do CS]", disse Tovar Nunes, porta-voz do chanceler Antonio Patriota.
A indicação do lado americano é a de que Obama não repetirá aqui o gesto que fez em Nova Déli, por considerar que não está sanada a divergência que levou o Brasil a votar no ano passado contra as sanções ao Irã.
Brasil, Índia, Alemanha e Japão formam o G4, que reivindica vagas permanentes no CS. Neste ano, os três primeiros ocupam cadeiras rotativas no órgão.
Embaixador brasileiro em Washington no governo Bush e hoje aposentado, Roberto Abdenur avalia que negar o apoio ao Brasil depois do precedente indiano seria um "erro gravíssimo" de Obama.
Ele considera o episódio do Irã superado desde que a presidente Dilma Rousseff deixou claro que não manterá a proximidade com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
"Os EUA precisam ter um olhar mais cuidadoso para o que o Brasil representa no mundo. Não podem ficar como que punindo o país por aquele episódio."
Citado nos despachos vazados pelo WikiLeaks, Abdenur confirma que procurou "trabalhar o máximo" com os americanos a ampliação do CS. Mas sem ilusões. "É o tipo de coisa que você tem que ir construindo."
Para ele, não faz sentido que os EUA estabeleçam como critério de apoio o alinhamento total com suas posições. "A Índia não fará isso, é um país também muito cioso de seus interesses. Da mesma forma, não se deve ser contra os EUA desnecessariamente."


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