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Indústria do turismo teme uma nova crise
DA ASSOCIATED PRESS
A indústria de turismo européia
teme que os atentados terroristas
em Madri afastem viajantes do
continente, em especial os norte-americanos.
As conseqüências dos ataques
de anteontem para o turismo internacional e, especialmente, europeu dominaram as discussões
ontem na Feira Internacional de
Turismo, que acontece em Berlim
(Alemanha) e reúne 10 mil profissionais de cerca de 180 países.
A Espanha é o segundo principal destino de viajantes do mundo, atrás apenas da França.
Antes, os EUA atraíam mais turistas estrangeiros do que a Espanha, mas houve uma forte queda
por conta dos atentados de 11 de
setembro de 2001, do maior rigor
na concessão de vistos e das medidas de segurança aplicadas nos
aeroportos americanos.
"Será difícil falarmos sobre os
ataques [em Madri]. Teremos de
dizer: "Essa não é a verdadeira Espanha'", disse Daniel Navarro, da
Comissão de Turismo de Huelva,
uma das regiões da Espanha.
"É claro que a procura por viagens para Madri cairá nos próximos meses. Mas esperamos que
as viagens para o restante da Espanha não sejam tão afetadas",
afirmou Klaus Laepple.
A aposta dos profissionais da
área é de que o ataque a Madri,
centro do poder político do país,
preservará o fluxo para outras
atrações do país, como a Andaluzia (sul da Espanha).
"Os atentados têm a ver com a
política. É possível que haja uma
queda no turismo, mas temos esperança de que isso não vai acontecer", disse Roser Cedo, representante da Catalunha, cuja capital é Barcelona, a segunda cidade
mais importante do país.
Se ficar comprovado que os ataques foram realizados pela rede
Al Qaeda, crescerá a possibilidade
de que o turismo europeu, antes
relativamente preservado, seja
atingido.
Apesar das ameaças, ainda não
há provas concretas de que a Al
Qaeda tenha atingido a Europa
até agora. Ontem, Itália, Portugal,
França e Grécia adotaram medidas especiais de segurança.
Desde o 11 de Setembro, o temor
de ataques terroristas atingiu a indústria de turismo em todo o
mundo. Os atentados em Bali
(2002) e Jacarta (2003), na Indonésia, reforçaram a crise.
Além disso, também contribuíram para a crise a epidemia de
Sars (síndrome respiratória aguda grave) e, em menor grau, a recente gripe do frango, ambas surgidas na Ásia nos últimos dois
anos.
Exatamente no momento em
que os profissionais de turismo
estavam esperançosos de que os
problemas seriam superados, os
atentados em Madri voltam a
preocupar.
"Muitas pessoas começavam a
se sentir menos preocupadas em
viajar. Havia uma sensação de
que o pior já havia passado", disse
Mike Pina, porta-voz da Associação da Indústria de Viagens dos
EUA. "Isso deixará as pessoas novamente nervosas."
Entre os turistas norte-americanos, a Espanha é o quinto país europeu mais visitado, atraindo
apenas 4% dos 23 milhões de turistas do país que viajam para o
exterior a cada ano.
"Isso poderia acontecer em
qualquer lugar. A Espanha é bonita e não tenho medo", disse a alemã Rebecca Arndt, que pretende
viajar para a Costa Brava, no sul
do país, em duas semanas.
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