São Paulo, sábado, 13 de março de 2004

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IMPEACHMENT

Maioria da população se diz contrária à saída do presidente Roh

Crise política sul-coreana se agrava

DA REDAÇÃO

A crise política que levou ao impeachment do presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, anteontem não dá mostras de estar cedendo. Parlamentares pró-Roh ameaçaram renunciar a seus cargos, houve manifestações em várias cidades e na capital, Seul, cerca de 12.000 pessoas foram às ruas protestar contra a decisão.
Duas diferentes pesquisas de opinião pública apontaram que 70% da população não aprovou a destituição do presidente. A Assembléia Nacional votou, por 193 a 2, o impeachment de Roh com base em acusações de incompetência e de que o presidente violou a lei eleitoral ao fazer pronunciamentos favoráveis a um dos partidos que disputam em abril eleição parlamentar.
A decisão que tirou os poderes de Roh não é definitiva. Cabe agora à Corte Constitucional do país confirmar ou não, num prazo máximo de 180 dias, o voto do Parlamento.
O impeachment mergulhou a Coréia do Sul num mar de incertezas. "O mundo olha para nós com ansiedade e preocupação. Devemos fazer nosso melhor para transformar isso em confiança em nosso país", disse o primeiro-ministro Goh Kun, que também assumiu interinamente a Presidência.
Os mercados financeiros caíram. Hoje, militares sul-coreanos e norte-americanos têm encontro para discutir a questão da segurança -há 37 mil soldados dos EUA estacionados no país.
O ministro das Relações Exteriores, Ban Ki-moon, em conversa telefônica com o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, garantiu que a saída de Roh não vai alterar o rumo do governo sul-coreano. Ban disse a Powell que não haverá mudança na política de Seul em relação à Coréia do Norte e que o governo "manterá sua aliança estreita com os EUA" -apesar do fato de que Roh, que assumiu a Presidência há pouco mais de um ano, ter sido o líder sul-coreano que mais demonstrou independência em relação a Washington.


Com agências internacionais


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