DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após ser cobrado por senadores por não condenar explicitamente a atuação das Farc, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que é contra o diálogo político com a guerrilha antes da libertação de todos os reféns.
"Não sou a favor de iniciar um diálogo político com as Farc; primeiro deveriam liberar todos os seqüestrados unilateralmente", afirmou. "Não aceito a classificação das Farc como movimento insurgente ou grupo beligerante, o que lhe daria um status político."
O chanceler avaliou, porém, que não seria conveniente classificar as Farc como "grupo terrorista", pois isso poderia atrapalhar negociações de paz. Segundo o ministro, o Brasil não possui tradição de classificar grupos paramilitares. A única organização classificada como terrorista pelo país, e pela ONU, é a Al Qaeda.
Amorim avaliou que a crise da semana passada amainou, mas que ainda há arestas. "Há uma preocupação muito forte nossa de que a Colômbia não fique isolada na região."
Amorim também foi cobrado por senadores sobre a atuação do assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, como avalizador no ano passado de uma tentativa frustrada de libertação de reféns das Farc. (IURI DANTAS)


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