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Polícia alemã avalia acusar pai de jovem que matou 15
Arma utilizada em massacre, obtida legalmente, não estava devidamente guardada
Para porta-voz, "tudo indica negligência'; polícia chegou a dizer que autor prometera pela internet cometer crime, mas versão está em xeque
DA REDAÇÃO
A polícia da Alemanha avalia
a possibilidade de acusar por
homicídio culposo -sem intenção- o pai do jovem de 17
anos que matou anteontem 15
pessoas antes de se suicidar,
conforme versão oficial, em
Winnenden (sudoeste). Embora adquirida legalmente, a arma usada no massacre não estava trancada, como prevê a lei.
"Tudo aponta para negligência do pai no armazenamento
da arma", disse o porta-voz,
Ralf Michelfelder. Segundo a
polícia, 14 das 15 armas -todas
legais- do pai de Tim Kretschmer estavam guardadas conforme a lei alemã. A Beretta 9
milímetros usada pelo jovem,
porém, estava no quarto do pai.
Ainda conforme a versão oficial, Kretschmer saiu de casa
com mais de 200 balas, todas
também adquiridas legalmente
pelo pai e acessíveis ao jovem.
Cerca de 60 cápsulas foram encontradas no colégio, e outras
mais de 50 durante o percurso
até o desfecho do episódio.
O massacre teve início às
9h30 (hora local) de anteontem, quando Kretschmer entrou no colégio de ensino médio Albertville, onde estudara, e
matou 12 pessoas a tiros, sendo
oito alunas, um aluno e três
professoras.
Durante a fuga, o jovem matou outra pessoa, sequestrou
um carro com o motorista e
deslocou-se para uma cidade
40 km ao sul. Acuado, Kretschmer matou mais duas pessoas
em uma loja de carros, trocou
tiros com policiais e se matou,
segundo versão da polícia.
No começo do dia de ontem,
a polícia chegou a afirmar que
Kretschmer fizera um alerta a
um interlocutor em um chat na
internet apenas sete horas antes de chegar ao colégio. À noite, porém, a polícia voltou atrás
e disse ter dúvidas sobre a autenticidade da mensagem.
"Amanhã vocês vão ouvir sobre mim. Guarde o nome desse
lugar: Winnenden", dizia a
mensagem inicialmente atribuída a Kretschmer pelas autoridades, e supostamente endereçada a um interlocutor virtual, Bernd, também de 17 anos.
As dúvidas quanto à veracidade do texto surgiram após
buscas da polícia no computador de Kretschmer, que não tinham indícios de sua autoria.
Na máquina, foram encontrados, porém, vídeos pornográficos, jogos violentos e uma coleção de filmes de ação e terror.
O Ministério do Interior alemão informou ainda que o jovem chegou a se submeter a
tratamento psicológico de abril
a setembro do ano passado,
quando desistiu.
Em Winnenden, cidade de 27
mil habitantes, e em toda Alemanha o dia ontem foi de comoção. Em frente ao colégio,
foram depositadas velas, flores
e mensagens às vítimas. Bandeiras em prédios públicos foram baixadas a meio mastro. A
chanceler Angela Merkel disse
que "o dia é de dor" para o país.
Com agências internacionais
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