São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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Paquistão prende 30 em megaprotesto de advogados

Governo vetou ato; manifestantes querem volta de juiz

DA REDAÇÃO

Policiais bloquearam a saída de Karachi, maior cidade paquistanesa, para impedir a saída da marcha à capital, convocada por opositores que exigem o retorno de juízes afastados pelo ex-ditador Pervez Musharraf. Proibida pelo governo, a caravana pretendia percorrer 1.500 km até Islamabad, onde chegaria na segunda-feira, após quatro dias de protestos generalizados.
Trinta manifestantes foram presos, entre eles Ghafoor Ahmed, vice-presidente do partido islâmico Jammat-e-Islami, segunda maior legenda de oposição. Ônibus alugados pelos organizadores foram confiscados, e carros particulares, forçados a voltar à cidade. A repressão remete ao tumulto social que culminou no fim do regime militar, no ano passado.
Houve protestos também em Lahore e outras grandes cidades, apesar da prisão, na véspera, de 300 oposicionistas e da restrição a manifestações públicas nas duas principais Províncias -Punjab e Sindh.
O enviado especial dos EUA ao Paquistão e Afeganistão, Richard Holbrooke, pediu moderação ao governo aliado, em conversa por telefone com o presidente Asif Ali Zardari e o premiê Yousuf Raza Gilani.
Em um esforço de mediação da crise, a embaixadora Anne Patterson se reuniu ontem com o ex-premiê Nawaz Sharif, do nacionalista PLM-N. No governo Sharif, o Paquistão adquiriu a bomba atômica, e o ex-premiê é visto com reservas pela Casa Branca, que o considera excessivamente próximo de radicais.
A cassação dos direitos políticos de Sharif e de seu irmão, que governava a mais rica Província paquistanesa, acirrou a polarização política no país, fomentando os protestos.
O presidente da Suprema Corte é aliado de Zardari, que descumpriu promessa de restituir o juiz Iftikhar Chaudhry, ícone da resistência a Musharraf. O retorno do magistrado ameaçaria a anistia de Zardari em processos por corrupção.
A insatisfação popular é agravada pela crise econômica mundial, que reflete no país, pela incapacidade do governo de conter atentados e pela impopularidade pessoal de Zardari, envolvido em vários escândalos. Decidida pela cúpula do PPP, a indicação do viúvo da premiê assassinada Benazir Bhutto para a Presidência (a eleição é indireta) sofreu resistência no próprio partido.


Com agências internacionais

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