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Paquistão prende 30 em megaprotesto de advogados
Governo vetou ato; manifestantes querem volta de juiz
DA REDAÇÃO
Policiais bloquearam a saída
de Karachi, maior cidade paquistanesa, para impedir a saída da marcha à capital, convocada por opositores que exigem
o retorno de juízes afastados
pelo ex-ditador Pervez Musharraf. Proibida pelo governo, a
caravana pretendia percorrer
1.500 km até Islamabad, onde
chegaria na segunda-feira, após
quatro dias de protestos generalizados.
Trinta manifestantes foram
presos, entre eles Ghafoor Ahmed, vice-presidente do partido islâmico Jammat-e-Islami,
segunda maior legenda de oposição. Ônibus alugados pelos
organizadores foram confiscados, e carros particulares, forçados a voltar à cidade. A repressão remete ao tumulto social que culminou no fim do regime militar, no ano passado.
Houve protestos também em
Lahore e outras grandes cidades, apesar da prisão, na véspera, de 300 oposicionistas e da
restrição a manifestações públicas nas duas principais Províncias -Punjab e Sindh.
O enviado especial dos EUA
ao Paquistão e Afeganistão, Richard Holbrooke, pediu moderação ao governo aliado, em
conversa por telefone com o
presidente Asif Ali Zardari e o
premiê Yousuf Raza Gilani.
Em um esforço de mediação
da crise, a embaixadora Anne
Patterson se reuniu ontem com
o ex-premiê Nawaz Sharif, do
nacionalista PLM-N. No governo Sharif, o Paquistão adquiriu
a bomba atômica, e o ex-premiê
é visto com reservas pela Casa
Branca, que o considera excessivamente próximo de radicais.
A cassação dos direitos políticos de Sharif e de seu irmão,
que governava a mais rica Província paquistanesa, acirrou a
polarização política no país, fomentando os protestos.
O presidente da Suprema
Corte é aliado de Zardari, que
descumpriu promessa de restituir o juiz Iftikhar Chaudhry,
ícone da resistência a Musharraf. O retorno do magistrado
ameaçaria a anistia de Zardari
em processos por corrupção.
A insatisfação popular é agravada pela crise econômica
mundial, que reflete no país,
pela incapacidade do governo
de conter atentados e pela impopularidade pessoal de Zardari, envolvido em vários escândalos. Decidida pela cúpula do
PPP, a indicação do viúvo da
premiê assassinada Benazir
Bhutto para a Presidência (a
eleição é indireta) sofreu resistência no próprio partido.
Com agências internacionais
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