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Lula firma acordo econômico antes de ida ao país
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia amanhã seu giro pelo Oriente Médio com
uma boa notícia para Israel, na
área econômica, mas com um
discurso que deve desagradar
os governantes israelenses.
O acordo de livre comércio
entre o Mercosul e o país entrará em vigor para o Brasil no dia
4 de abril. Lula assinou o documento em janeiro, mas só na
semana passada "depositou"
sua concordância com o começo de relações comerciais entre
Mercosul e Israel, no Paraguai
(depositário das ratificações
feitas pelos países do bloco).
O Uruguai foi o primeiro a
aderir ao acordo, no ano passado. Ainda faltam Paraguai e Argentina assinarem o documento, mas isso não impede que
Brasil e Uruguai mantenham
relações comerciais com Israel
sob as regras do Mercosul.
Segundo o Itamaraty, o intercâmbio comercial do Brasil
com Israel saltou de US$ 440
milhões, em 2002, para US$ 1,6
bilhão, em 2008 -volume que
pode crescer com o novo acordo, o primeiro do Mercosul
com um ator extrarregional.
Se no plano econômico a relação vai bem, na esfera diplomática as divergências, principalmente sobre o Irã, devem se
manter com a viagem, a julgar
por entrevista dada por Lula ao
jornal israelense "Haaretz".
Embora tenha dito aos jornalistas que advertiu o presidente
iraniano Mahmoud Ahmadinejad de que não insistisse em negar a ocorrência do Holocausto,
Lula insistiu no diálogo como
caminho para dissuadir Teerã
de tentar obter a bomba nuclear, posição radicalmente
oposta à de Israel, que prega
duras sanções contra o país.
"[Quem sai] comparando Hitler ao Ahmadinejad, ao Irã de
hoje, está tendo o mesmo comportamento radical que acha
que o Irã tem. Então, uma pessoa que age assim não está contribuindo em nada para o processo de paz que queremos
construir para o futuro. Não é
possível fazer política com ódio
e com ressentimento. Quem
quiser fazer política com ódio,
com ressentimento, saia da política, porque senão será um
péssimo governante", chegou a
dizer Lula, questionado se pregaria o diálogo também com
Adolf Hitler nos anos 30.
Lula defendeu a entrada do
Brasil nas negociações de paz
no Oriente Médio. "Tenho conversado com os presidentes dos
principais países do mundo, sobretudo os que fazem parte do
Conselho de Segurança da
ONU, e sinto que todos desejam construir o processo de paz
no Oriente Médio. Mas eu sinto, também, que os interlocutores já estão um pouco desgastados na negociação. E me pergunto se não é necessário encontrar outros interlocutores."
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