São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
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PÓS-GUERRA FRIA
Polônia, República Tcheca e Hungria assinam inclusão na aliança, enquanto Rússia critica expansão
EUA prevêem novas adesões à Otan

France Presse
Manifestantes anti-Otan fazem protesto diante da Embaixada dos EUA em Varsóvia (Polônia)


das agências internacionais

A Organização do Tratado do Atlântico Norte aceitou ontem oficialmente a entrada de Polônia, República Tcheca e Hungria na aliança militar ocidental e anunciou que haverá novas adesões.
"Trata-se de um processo (a inclusão dos três novos países na Otan) e não de um acontecimento. (A ampliação) não será a última", disse a secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright.
Ela discursou durante a cerimônia de assinatura da adesão dos novos membros, ontem, na Biblioteca Harry Truman, na cidade de Independence, nos Estados Unidos. Os novos membros foram representados pelos respectivos ministros das Relações Exteriores.
O evento marcou o fim de um mapa político traçado durante a Guerra Fria. Polônia, Hungria e República Tcheca pertenciam ao extinto Pacto de Varsóvia, a aliança militar comandada pela URSS e que era rival, até 1991, da Otan, comandada pelos EUA.
A aliança militar ocidental passa a ter agora 19 países integrantes (veja quadro abaixo).
"Hoje, cai definitivamente o muro que separava duas partes da Europa. É um marco pós-queda da Cortina de Ferro e do fim do comunismo", disse em Praga o presidente tcheco, Vaclav Havel.

Romênia e Bulgária
O chanceler polonês, Bronislaw Geremek, concordou com Albright e disse que a organização deve agora "manter as portas abertas para outros novos membros".
Bulgária, Romênia, Eslováquia, Lituânia, Estônia e Letônia também querem ingressar na Otan. Todos faziam parte do bloco soviético, desfeito após o fim da URSS, em 1991.
Ontem, os presidentes da Romênia, Emil Constantinescu, e da Bulgária, Petar Stoyanov, oficializaram o desejo de entrar na aliança.
Eles se encontraram com o presidente turco, Suleyman Demirel, que prometeu interceder por eles. A reunião ocorreu em Sinaia (160 km a nordeste de Bucareste, capital romena).

Oposição
A Rússia, principal República da antiga União Soviética, se opõe à nova expansão da aliança ocidental. O ministro russo das Relações Exteriores, Igor Ivanov, declarou que as novas inclusões são "um erro" (leia texto nesta página).
À época de sua fundação, em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte contava com 12 países. Novas expansões ocorreram nos anos 50, com Grécia, Turquia e Alemanha, e em 1982, com a Espanha.
"As novas adesões contribuem para a estabilização da região, acostumada a conflitos e problemas com terrorismo", disse ontem o secretário-geral da Otan, o espanhol Javier Solana.


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