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Tortura é pior
do que o 11/9,
diz Vaticano
DA REDAÇÃO
O Vaticano considera que as
torturas praticadas por militares
americanos contra prisioneiros
no Iraque são "um episódio mais
grave que o 11 de Setembro".
"Com a agravante de que o golpe não foi dado pelos terroristas,
mas pelos próprios americanos."
As declarações são do arcebispo
Giovanni Lajolo, chanceler do Vaticano, em entrevista ao jornal italiano "La Repubblica". Ele disse
que as torturas azedam ainda
mais as relações do Ocidente com
o mundo islâmico e alimentam o
ódio de setores radicais contra o
Ocidente e os cristãos.
Segundo o arcebispo, "as pessoas inteligentes no mundo árabe
compreendem que, numa democracia, tais fatos não são escondidos e são passíveis de punição".
"Apesar disso, há também a massa de cidadãos influenciável pela
mídia árabe que passa a sentir
maior aversão pelos valores ocidentais."
O Vaticano se opôs à Guerra do
Iraque. O próprio Lajolo já havia
se manifestado sobre as torturas
de prisioneiros, ao afirmar que,
em democracias [os EUA], devem
ser punidos os responsáveis e seus
superiores.
Na entrevista de ontem, Lajolo
afirmou que a prioridade da coalizão anglo-americana no Iraque
deveria ser "colocar, como cabeça
do Executivo iraquiano, um líder
iraquiano que fale aos iraquianos
em árabe, não em inglês".
O jornal oficial da igreja, "L'Osservatore Romano", tem feito críticas ásperas à política americana
na região. Em sua edição de segunda-feira criticou o que qualificou de tentativa do Pentágono de
censurar uma fotografia em que
prisioneiros apareciam encabrestados por americanos.
O papa João Paulo 2º deve receber o presidente dos EUA no Vaticano em 4 de junho.
Com agências internacionais
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