São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tortura é pior do que o 11/9, diz Vaticano

DA REDAÇÃO

O Vaticano considera que as torturas praticadas por militares americanos contra prisioneiros no Iraque são "um episódio mais grave que o 11 de Setembro".
"Com a agravante de que o golpe não foi dado pelos terroristas, mas pelos próprios americanos."
As declarações são do arcebispo Giovanni Lajolo, chanceler do Vaticano, em entrevista ao jornal italiano "La Repubblica". Ele disse que as torturas azedam ainda mais as relações do Ocidente com o mundo islâmico e alimentam o ódio de setores radicais contra o Ocidente e os cristãos.
Segundo o arcebispo, "as pessoas inteligentes no mundo árabe compreendem que, numa democracia, tais fatos não são escondidos e são passíveis de punição". "Apesar disso, há também a massa de cidadãos influenciável pela mídia árabe que passa a sentir maior aversão pelos valores ocidentais."
O Vaticano se opôs à Guerra do Iraque. O próprio Lajolo já havia se manifestado sobre as torturas de prisioneiros, ao afirmar que, em democracias [os EUA], devem ser punidos os responsáveis e seus superiores.
Na entrevista de ontem, Lajolo afirmou que a prioridade da coalizão anglo-americana no Iraque deveria ser "colocar, como cabeça do Executivo iraquiano, um líder iraquiano que fale aos iraquianos em árabe, não em inglês".
O jornal oficial da igreja, "L'Osservatore Romano", tem feito críticas ásperas à política americana na região. Em sua edição de segunda-feira criticou o que qualificou de tentativa do Pentágono de censurar uma fotografia em que prisioneiros apareciam encabrestados por americanos.
O papa João Paulo 2º deve receber o presidente dos EUA no Vaticano em 4 de junho.


Com agências internacionais


Texto Anterior: EUA matam 20 seguidores de Al Sadr em Karbala
Próximo Texto: Bush condena decapitação de civil
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.