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Terremoto mata ao menos 10 mil na China
Tremor de 7,8 graus na escala Richter foi o mais mortífero a atingir o país desde 1976; 10 mil foram soterradas em uma única cidade
Número de mortos pode aumentar, já que área do epicentro está inacessível; abalo foi sentido até em Pequim, a 1.500 km do local
Liu Hai/Reuters
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Carros foram soterrados por destroços de edifícios em Dujiangyan, na Província de Sichuan, perto do epicentro do terremoto
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O maior terremoto na China
em 32 anos matou 9.219, segundo o mais recente balanço
do governo, divulgado pela
agência oficial de notícias chinesa Xinhua. O número de vítimas pode crescer bastante, pois
áreas afetadas ficaram sem comunicação telefônica. Segundo
a agência, 10.000 pessoas ficaram soterradas em uma única
cidade, Mianzhu, na Província
de Sichuan.
O terremoto, que atingiu 7,8
graus na escala Richter, aconteceu às 14h28 (hora local, 3h28
de Brasília) e teve seu epicentro
em Sichuan, no sudoeste do
país. Mas foi sentido em Pequim, a 1.500 km de distância, e
até em Taiwan, na Tailândia e
no Vietnã.
Duas grandes escolas, uma
com cerca de 900 alunos em
Dujiangyan e outra com 1.000
em Beichuan, desabaram. Um
hospital também foi destruído,
assim como 80% dos prédios do
condado de Wenchuan.
A Província de Sichuan foi a
mais atingida, segundo a Xinhua. Mas houve mortos em
outras Províncias: 61 em
Shaanxi, 48 em Gansu e 50 na
região metropolitana de
Chongqing (a mais populosa da
China, com 31 milhões de pessoas), a 300 km do epicentro.
O primeiro-ministro, Wen
Jiabao, que viajou a Sichuan
para liderar os resgates, pediu
"calma e confiança ao povo chinês e eficiência na organização
do resgate", e disse que o terremoto era um "desastre severo".
Milhões afetados
O epicentro foi no condado
rural de Wenchuan, de pouco
mais de 100 mil habitantes, espalhados por áreas desabitadas, onde parte da população é
de origem tibetana.
A agência oficial de notícias
relatou que uma equipe de resgate que se dirigia ao local teve
que interromper sua viagem a
90 km do destino porque as estradas dessa zona estão inutilizáveis. "Fazemos o que podemos, mas as estradas estão cobertas de pedras e rochas", disse à Xinhua o chefe da equipe.
O primeiro contato com
Wenchuan aconteceu 11 horas
após o desastre. Por um telefone via satélite, o secretário local
do Partido Comunista, Wang
Bin, avisou: "Precisamos urgentemente de barracas, comida, medicamentos e equipamento para comunicação por satélite. Também precisamos
de médicos para salvar as pessoas feridas".
Ainda não há informação sobre mortos e feridos em Yingxiu, Wolong e Xuankou, povoados localizados no epicentro do
tremor. Até agora, a cidade
mais atingida é Beichuan, onde
7.000 morreram. Em Mianzhu
foram confirmadas 1.500 mortes -o número deve aumentar
com a remoção dos escombros.
O Exército está mobilizado
para comandar as operações de
resgate e a distribuição de donativos. Mais de 30 trens de
passageiros e 140 de carga foram parados por conta da destruição de trilhos e de pontes.
Wenchuan é muito conhecida na China por abrigar a maior
reserva do mundo de pandas
-animal em extinção que é
símbolo do país. Wolong, o
maior centro para reprodução
em cativeiro da espécie, fica ali.
Outros lugares
Mesmo na distante Pequim,
os tremores foram sentidos por
toda a cidade. Em Chaoyang,
centro financeiro, milhares de
pessoas deixaram seus escritórios e se aglomeraram nas calçadas por mais de uma hora, temendo novo tremor.
"Fiquei enjoada, foram segundos em que fiquei tonta, vi
tudo balançar", disse à Folha
Zhang Xiao Qing, gerente de
um restaurante em Chaoyang.
O terremoto de ontem é o
pior a atingir a China nos últimos 32 anos. Em 27 de julho de
1976, um sismo com epicentro
em Tangshan matou 242 mil
pessoas no norte do país.
Com agências internacionais
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