|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Militar dos EUA vê fracasso do Paquistão
Para o estrategista David Kilcullen, Exército paquistanês está pouco preparado para derrotar Taleban
DO "FINANCIAL TIMES"
A luta do Paquistão contra o
Taleban tem chances limitadas
de sucesso devido à inexperiência do Exército paquistanês e à
sua recusa em aceitar ajuda do
Ocidente. O diagnóstico é de
segundo especialista americano em contrainsurgência.
Enquanto o Paquistão ampliava ontem sua ofensiva contra o Taleban no vale do Swat, a
noroeste de Islamabad, David
Kilcullen, estrategista principal da bem-sucedida intensificação do esforço militar americano no Iraque, avisou que as
perspectivas da operação são
"bastante sombrias".
Kilcullen é assessor principal
do general David Petraeus, chefe do Comando Central dos
EUA, em seu plano no Iraque.
Os EUA têm apoiado a operação paquistanesa no Swat, cientes de que o êxito dela é crucial
para a estabilidade do Paquistão. Mas, ao "Financial Times",
Kilcullen disse que duvida de
uma vitória do Paquistão -e
que o fracasso da operação trará risco à missão internacional
no Afeganistão, por afetar as
rotas de abastecimento da Otan
(aliança militar ocidental).
"As Forças Armadas do Paquistão não têm capacidade de
contrainsurgência", afirmou.
"O que elas estão fazendo no
Swat é uma ofensiva convencional contra a força principal
do Taleban. Elas precisam de
uma abordagem mais sofisticada, de treinamento e assistência, coisas que, no momento,
elas vêm recusando."
Para Kilcullen, o Paquistão
"tem longo histórico de fazer o
mínimo necessário" para manter a ajuda ocidental chegando
ao país. "Espero ver algo novo
resultar dessa ofensiva, mas
não estou convencido disso."
Bastião do Taleban, o Swat tinha sido alvo de um acordo entre os militantes e o governo
paquistanês em fevereiro, que
estabelecia a instauração da
sharia (lei islâmica) no local em
troca de um cessar-fogo.
O acordo fracassou, e governo paquistanês reagiu na última quinta-feira com a ofensiva
em curso. Ontem, o Exército
abriu nova frente de confronto
ao mandar tropas em helicópteros ao vale do Peochar, base
do chefe do Taleban na região,
Maulana Fazlullah, e de treinamento para homens-bomba.
O Exército tem agora 15 mil
soldados no Swat, para combater 5.000 insurgentes. O conflito deixou cerca de 800 mil refugiados civis nos últimos dias.
Com agências internacionais
Tradução de CLARA ALLAIN
Texto Anterior: Perfil: Amigo de FHC, indicado estuda democracias Próximo Texto: Direitos Humanos: EUA ingressam em conselho da ONU que Bush refutava Índice
|