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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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IRAQUE

Operação americana recrudesce

Iraquianos derrubam helicóptero dos EUA

DA REDAÇÃO

Um helicóptero americano foi derrubado ontem durante um ataque à resistência iraquiana a noroeste de Bagdá, onde haveria um "campo terrorista", segundo os EUA. Os dois tripulantes do helicóptero -o primeiro a ser abatido desde que foi declarado o fim das operações principais de combate, em 1º de maio- não se feriram no incidente.
A sudoeste de Bagdá, um caça F-16 caiu em um suposto acidente que está sob investigação. O piloto ejetou seu assento antes da queda e não se feriu.
Em menos de três semanas, dez soldados americanos morreram em ataques no país ocupado. Desde 1º de maio, o saldo é de quase 40 baixas nas fileiras dos EUA.
Segundo o principal comandante das forças americanas, o tenente-general David McKiernan, a "Operação Ataque na Península" prosseguia ontem, envolvendo 4.000 soldados em um "esforço contínuo para erradicar simpatizantes do Baath [o partido do ex-ditador Saddam Hussein, banido pela Autoridade Provisória da Coalizão], paramilitares e outros elementos subversivos".
Ontem, segundo os militares americanos, "vários iraquianos" foram mortos no ataque ao campo, 150 km a noroeste de Bagdá. Na terça e na quarta-feira, 397 iraquianos foram detidos em Balad, 60 km ao norte da capital.
O administrador provisório do Iraque, o diplomata americano Paul Bremer, declarou que os soldados americanos são vítimas de uma "resistência organizada" e de "sabotagem política", por parte de ex-aliados de Saddam, ao esforço de reconstrução, principalmente na região oeste do país.
A avaliação contraria o que o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, dissera nesta semana sobre a inexistência de uma campanha organizada contra os EUA.
Bremer emitiu ontem um decreto proibindo encontros públicos, pronunciamentos ou distribuição de material impresso que incite a desordem e a violência.

Armas iraquianas
A CIA (serviço secreto dos EUA) negou, ontem, qualquer responsabilidade pelo uso que o presidente George W. Bush fez de um relatório falho sobre as supostas armas de destruição em massa iraquianas, ainda não encontradas pela coalizão.
Segundo um porta-voz da agência, Bill Harlow, "uma leitura cuidadosa" dos documentos fornecidos ao Congresso mostraria que a CIA "não possuía informações de autoridades qualificadas" sobre uma suposta tentativa do Iraque de comprar urânio do Níger, que mais tarde se mostrou falsa.
Bush usou a informação em seu discurso anual sobre o Estado da União, em janeiro passado, ao defender a necessidade de invadir o Iraque.
A CIA nomeou David Kay, ex-inspetor de armas da ONU, "conselheiro especial de estratégia sobre programas de armas de destruição em massa iraquianas". Ele trabalhará com a nova equipe de busca de armas do Pentágono, composta por 1.400 pessoas.

Relíquia
A coalizão recuperou ontem o Vaso de Warka, de 3.200 a.C., uma das mais importantes relíquias do Museu de Arqueologia de Bagdá, roubada durante a guerra. Três iraquianos entregaram a peça intacta.


Com agências internacionais


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