São Paulo, domingo, 13 de junho de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Vice-chanceler morre em atentado em Bagdá, o primeiro a vitimar membro do novo governo interino

Comandante dos EUA no Iraque autorizou tortura, diz jornal

DA REDAÇÃO

O comandante das tropas dos EUA no Iraque, general Ricardo Sánchez, autorizou oficiais de uma prisão em Bagdá a submeter os detentos a temperaturas baixas, a dietas de pão e água e a manipular suas horas de sono. A informação foi revelada ontem pelo diário "Washington Post".
Atiradores não-identificados mataram ontem o vice-chanceler do Iraque Bassam Qubba, um dos diplomatas mais experientes do país, quando ele deixava sua casa, em Bagdá, para trabalhar no distrito sunita de Adhamiya, na capital iraquiana.
Foi a primeira morte de uma figura de destaque do governo interino iraquiano, que assumiu em 1º de junho último e deverá receber a soberania sobre o Iraque das mãos dos americanos no próximo dia 30.
Segundo documentos obtidos pelo "Post", o general Sánchez aplicou no Iraque técnicas de elevada pressão sobre os prisioneiros semelhantes às já utilizadas no centro de detenção da base militar dos EUA em Guantánamo (Cuba), destinado a suspeitos de ligação com o terrorismo.
O general americano teria dado amplo poder de decisão aos oficiais responsáveis pela prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá, para a aplicação dos métodos.
Os documentos trazem detalhes sobre as técnicas de interrogatório autorizadas por Sánchez em setembro de 2003. Segundo o "Post", os responsáveis por Abu Ghraib poderiam decidir por sua aplicação sem antes precisar consultar alguma alta autoridade do Exército ou da administração americana no Iraque.
Ontem, o porta-voz das forças americanas Mark Kimmitt disse que os EUA devem soltar amanhã outros 650 prisioneiros da prisão de Abu Ghraib.

Mais violência
Após o atentado de ontem contra o vice-chanceler iraquiano, autoridades dos EUA em Bagdá disseram que os insurgentes iraquianos tentarão aumentar os ataques contra alvos americanos e iraquianos vistos como aliados dos EUA nas próximas semanas.
O objetivo, segundo os americanos, seria dificultar a transferência de soberania e minar a credibilidade do governo interino.


Com agências internacionais


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