São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2005

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Bagdá pode dialogar com insurgentes

DA ASSOCIATED PRESS

O governo iraquiano disse ontem que alguns grupos de insurgentes demonstram a disposição de depor armas e se integrar à vida política do país.
A informação foi prestada por Laith Kuba, porta-voz do primeiro-ministro Ibrahim Jaafari, que não forneceu detalhes sobre a origem étnica e as regiões em que esses grupos estão implantados.
A seu ver, as últimas eleições e a instalação de um governo iraquiano teriam esvaziado a tese de que o país tem seu comando administrativo assegurado pelos 155 mil militares americanos.
Kuba excluiu de seu raciocínio os terroristas islâmicos, como os liderados por Abu Musab al Zarqawi, representante da Al Qaeda no Iraque.
Suas declarações, embora sem nenhum fato concreto, coincidem com comentários feitos nos últimos dias por lideranças xiitas e sunitas de que estão em curso discussões para que parte da insurgência abandone a ação armada.
Nos últimos 18 meses, cerca de 12 mil iraquianos foram mortos em ações violentas, segundo dados divulgados pelo governo.
Ainda ontem, foram mortos quatro americanos, o que eleva para 1.701 o número de mortes entre militares dos EUA, segundo a agência Associated Press. Eles ocupavam veículos alvejados por bombas colocadas pela insurgência à beira da estrada.
A polícia encontrou nas imediações de Bagdá 20 cadáveres crivados de bala, sepultados em covas rasas ou ainda insepultos. Parte das vítimas é da minoria sunita.
Os corpos foram encontrados por um pastor, disse o tenente iraquiano Ayad Othman. Eles traziam os olhos vendados, estavam com as mãos amarradas nas costas e foram alvejados por trás. Sete dos cadáveres estavam despidos.
O general que comanda as tropas de elite da polícia, Rashid Flaiyeh, escapou de uma tentativa de assassinato quando insurgentes montaram uma barricada e atiraram contra os veículos que integravam o cortejo fúnebre da mãe dele. Ao menos 11 parentes e amigos do general ficaram feridos.


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