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Conferência de doadores promete US$ 21,4 bilhões ao Afeganistão
Apesar das crescentes críticas ao governo afegão, valor é maior que o previsto
DA REDAÇÃO
Países e organizações doadoras prometeram ontem, em
conferência realizada em Paris,
US$ 21,4 bilhões para a reconstrução afegã, apesar do ceticismo internacional sobre a capacidade do governo de combater
a corrupção generalizada, o tráfico de drogas e a instabilidade.
Quase metade do valor foi
prometida pelos Estados Unidos, líder da coalizão da Otan
que invadiu o país no final de
2001 e derrubou o regime extremista do Taleban. A cifra,
embora distante dos US$ 50 bilhões pedidos pelo presidente
Hamid Karzai para projetos
nos próximos cinco anos, é
muito superior aos US$ 15 bilhões previstos por diplomatas.
O chanceler francês Bernard
Kouchner considerou a conferência um "êxito da generosidade", mas ressalvou que "é
preciso diferenciar as promessas de ajuda da realidade". Apenas 60% dos US$ 25 bilhões
prometidos ao país desde 2001
foram entregues.
Em seu apelo aos doadores,
Karzai afirmou que a insegurança e a corrupção afegãs estão "profundamente associados ao narcotráfico". "Para nossos fazendeiros destituídos, o
ópio é uma questão de sobrevivência", disse o presidente. O
Afeganistão produziu 93% do
ópio (matéria-prima da heroína) consumido em 2007, segundo relatório da Jife, junta
que supervisiona a aplicação
das convenções da ONU sobre
o controle de drogas.
Céticos, doadores cobraram
combate à corrupção e um melhor uso do dinheiro. Financiar
o Estado, ineficaz e falido, é
apenas um dos desafios no Afeganistão. Sem progresso político e militar, a saída das tropas
estrangeiras levaria à queda do
governo pró-ocidental. O retorno dos soldados é uma demanda crescente dos eleitores nos
países da Otan.
A porosa fronteira do país
com o Paquistão é um bastião
de fundamentalistas, com os
quais o governo da nação vizinha, empossado em março,
busca conciliação. Os EUA temem que o acordo permita que
o Taleban e a Al Qaeda, acossados pela coalizão, se reorganizem do outro lado da fronteira.
A morte de militares paquistaneses em bombardeio dos
EUA provocou anteontem protestos enérgicos de Islamabad
-que, após ameaçar romper a
aliança, abaixou o tom de retórica. O Pentágono disse ontem
que não confirma a versão paquistanesa e que o caso está sob
investigação.
Com agências internacionais
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