ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Os bloqueios de estradas na Argentina já causam desabastecimento de combustíveis em todo o país e falta de alguns alimentos, como farinha, azeite e laticínios. Se o protesto continuar, nos próximos dias, podem faltar carne, frango e pão.
A ação é comandada por donos de caminhões que transportam cereais, que estão impedindo a passagem de alimentos e combustíveis como forma de protesto contra a crise entre o setor agropecuário e o governo, que já dura três meses.
Reclamam que não têm trabalho desde o início do confronto, quando os produtores rurais decidiram interromper a venda de grãos ao exterior. Depois de dar por encerrado o terceiro locaute do setor, os ruralistas ainda mantêm a medida de não vender grãos para a exportação. Ontem, houve confrontos entre transportadores e produtores rurais.
Devido à falta de combustíveis, cerca de 50% dos serviços de ônibus de longa distância estão paralisados. Por falta de farinha para fazer pão, no setor de padarias há ameaças de greve e de aumentos no preço.
O conflito entre o setor agropecuário e o governo foi provocado por um aumento de impostos sobre as exportações de grãos, há três meses. Após reduzir o teto dos impostos e anunciar um programa social em que será investido esse aumento, o governo deu o tema por encerrado.
Ontem, o chefe-de-gabinete, Alberto Fernández, pediu que o setor ruralista tome consciência de que "está freando o crescimento". "Geraram um enorme dano ao funcionamento econômico do país. Espero que a sensatez seja recuperada e possamos seguir trabalhando em outros temas", disse.


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