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PÓS-GUERRA
Ocidente elabora pacto para ajudar recuperação de países da região; força militar não tem prazo para sair
Reconstrução é novo desafio nos Bálcãs
SYLVIA COLOMBO
de Londres
A reconstrução iugoslava e
o auxílio às economias devastadas nos Bálcãs
são o desafio
que os países
europeus, especialmente, e os EUA devem enfrentar agora, após mais de dois
meses de bombardeios da Otan.
O Banco Mundial estimou que a
reconstrução dos Bálcãs vai despender US$ 100 bilhões. Num encontro do G-8 (sete países mais ricos do mundo e a Rússia), em Colônia, na Alemanha, ficou acertado um plano de estabilidade, também conhecido como "Plano
Marshall dos Bálcãs".
Os países da região terão de se
comprometer com a democracia e
em reformar suas economias. Em
troca, receberão ajuda financeira.
A Iugoslávia não deve receber ajuda enquanto o ditador Slobodan
Milosevic estiver no poder.
A guerra causou perdas de mais
de US$ 3 bilhões aos países vizinhos. Entre os afetados, estão
Croácia (US$ 1,2 bilhões), Romênia (US$ 700 milhões), Bulgária
(US$ 600 milhões) e Hungria (US$
500 milhões). A Albânia, país mais
pobre da Europa, não tem como
integrar economicamente os refugiados, cujas famílias haviam ido
para Kosovo em busca de uma vida melhor.
Não há, por enquanto, estimativas confiáveis do custo da reconstrução na Iugoslávia.
A União Européia deve, além de
custear a maior parte dos gastos,
fortalecer as relações comerciais
com os Bálcãs e promover o desenvolvimento da indústria local.
Longa permanência
Não há prazo para o fim da intervenção das tropas da Otan em Kosovo. A operação pode ter o mesmo destino de outras ações militares. Em exemplos recentes, mesmo com a vitória aliada na Guerra
do Golfo (1991), os ataques contra
o Iraque continuam.
A Força de Estabilização, formada por cerca de 30 mil homens,
permanece na Bósnia quase quatro anos após a assinatura do acordo de Dayton (1995).
A Otan deve ficar na Província
de Kosovo "de 20 a 30 anos", disse
William Zimmermann, ex-embaixador dos EUA na Iugoslávia.
Devolver os mais de 800 mil refugiados do conflito (a maioria na
Albânia e na Macedônia) e os 600
mil deslocados dentro de Kosovo
para suas casas, além de reconstruí-las, significa uma grande mobilização dos governos e dos grupos de ajuda humanitária.
O Ocidente estimulará, então, o
estabelecimento de um padrão
mínimo de solidez econômica que
permita a entrada desses países
em instituições como a União Européia e a Otan. O período de transição pode durar de 5 a 10 anos.
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