São Paulo, Domingo, 13 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÃO FECHADA
EUA e Europa já discutem a conta

da Redação

No momento da reconstrução dos Bálcãs, os EUA, que foram os maiores financiadores dos ataques, devem jogar a conta para os europeus. A questão é: até quanto os europeus pagarão?
"Espero que a maior parte do dinheiro venha da Europa, porque a maioria dos custos da campanha aérea foi paga pelos EUA", disse o presidente dos EUA, Bill Clinton, semana passada.
A campanha para suceder Clinton já está começando. A votação será no final de 2000. É provável que o eleitorado norte-americano se esqueça das glórias de ter dobrado um ditador e se lembre da penúria de ter de pagar pelos estragos de suas próprias bombas.
Republicanos e democratas devem querer se desvincular de custos que parecem ser muito mais da alçada dos europeus.
Para Alemanha, França, Reino Unido e Itália, países europeus que fazem parte do G-7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo que conta também com EUA, Canadá e Japão), a tarefa pode ser maior que só financiar obras e dar apoio a refugiados que voltam a Kosovo.
Os países que não participaram diretamente do conflito também sentiram efeitos na economia.
A Grécia, que tem o turismo como uma das principais fontes de renda, sofre com o cancelamento de reservas em época de alta estação. Para Croácia e Eslovênia os danos também foram sérios, tanto no turismo quanto no comércio.
Hungria e Áustria, que utilizavam o Danúbio como via de acesso ao mar Negro, vêem com preocupação os escombros das pontes que obstruem o rio.
Especialistas dizem que o euro (moeda única da União Européia) está recebendo um choque com a guerra que pode fazer com que toda a política monetária européia tenha de mudar. Isso não é bom na fase de implantação de uma moeda, quando a confiança é tudo.
Esse tipo de insegurança deverá ser superada se a Europa quiser ver sua economia crescer.


Texto Anterior: Retrocesso é de cem anos
Próximo Texto: Britânicos querem investir na região
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.