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Após ataque, Índia cobra do Paquistão combate a terror
Chancelaria pede que país vizinho desmantele estruturas terroristas, mas evita acusação
O premiê Manmohan Singh diz em discurso à nação que a Índia não vai ajoelhar-se; mortos nos atentados em Mumbai já chegam a 200
DA REDAÇÃO
Um dia após a série de atentados a bomba contra trens na
cidade de Mumbai (antiga
Bombaim), a Índia instou o Paquistão a "desmantelar" a infra-estrutura terrorista em seu
território - sem, no entanto,
responsabilizar o país vizinho
pelos ataques. O saldo de mortos subiu para 200, e mais de
700 pessoas ficaram feridas.
Em pronunciamento em cadeia nacional, o premiê indiano, Manmohan Singh, elogiou a
fortaleza dos moradores da cidade e disse que "ninguém pode fazer a Índia ajoelhar-se".
"Sua resistência e determinação irão triunfar sobre os desígnios maldosos dos mercadores da morte e da destruição",
disse Singh no discurso. "Deixem-me dizer novamente: ninguém pode fazer a Índia se
ajoelhar. Ninguém pode entrar
no caminho do nosso progresso. As rodas da nossa economia
continuarão se movendo."
Horas antes, o porta-voz da
Chancelaria indiana, Navtej
Sarna, pediu que o Paquistão
aja contra terroristas.
"Instamos o Paquistão a adotar medidas urgentes para desmantelar a infra-estrutura terrorista em território sob seu
controle e agir resolutamente
contra indivíduos e grupos responsáveis pela violência terrorista", disse Sarna.
O país vizinho reagiu. "O Paquistão não tolera o terrorismo
e está na vanguarda dos esforços internacionais para lutar
contra essa ameaça", disse o
porta-voz da Chancelaria paquistanesa, Tasnim Aslam, em
uma nota. Os dois países disputam a região da Caxemira.
A série de oito explosões
ocorreu no horário do rush,
dentro de vagões de primeira
classe dos trens.
Horas antes, militantes islâmicos haviam matado oito pessoas em um ataque com granadas em Srinagar, a maior cidade
da Caxemira. Em novo ataque
com granadas ontem, cinco turistas indianos ficaram feridos
no resort de Gulmarg, também
na Caxemira.
Lápis
De acordo com a rede de TV
CNN, citando fontes da polícia,
foram encontrados lápis equipados com detonadores em pelo menos três dos sete locais de
explosão. O material usado nas
bombas seria o RDX, um dos
mais poderosos explosivos de
uso militar.
Nenhum grupo assumiu a
autoria dos ataques. P.S. Pasricha, diretor-geral da polícia do
Estado de Maharashtra, onde
fica Mumbai, disse que está
sendo investigada uma possível
ligação do grupo militante da
Caxemira Lashkar-e-Tayyaba
com os ataques.
"É difícil dizer exatamente
neste ponto, mas o Lashkar-e-Tayyaba pode estar envolvido
dado o estilo do ataque", disse.
O grupo negou. "As forças de
segurança indianas culpam o
Lashkar numa tentativa de difamar a luta pela liberdade da
Caxemira", disse em nota o
porta-voz Abdullah Ghaznavi.
Com agências internacionais
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