DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - Após críticas, a ex-refém das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Ingrid Betancourt se disse "arrependida" de ter reivindicado ao Estado colombiano indenização de quase 15 bilhões de pesos (cerca de R$ 14 milhões).
O pedido de reparação alega danos materiais e emocionais durante os seis anos em que ficou sequestrada, sob a justificativa de que o Estado falhou em dar-lhe segurança.
Betancourt disse que pediu a reparação em "solidariedade" a outros ex-reféns, para dar "relevância" a outros pedidos de indenização.
"Essa cifra astronômica e praticamente absurda é simbólica, porque é muito difícil taxar o sofrimento das famílias das vítimas do terrorismo", disse anteontem de Nova York a um apresentador do canal colombiano Caracol.
Segundo ela, "não há nem haverá nenhum processo contra o Estado. Não há nenhum ataque contra o governo que me libertou [em operação em 2008]. As únicas culpadas de meu sequestro são as Farc".
O tom de Betancourt foi uma resposta à chuva de críticas à ex-refém, por parte da opinião pública e do governo. O vice-presidente Francisco Santos acusou-a de "cobiça" e "ingratidão", e o Ministério da Justiça disse que Betancourt estava ciente dos riscos que corria quando foi sequestrada.
O pedido de reparação -que não é um processo- seguia vigente até ontem, segundo a agência France Presse.
O caso abriu o debate sobre a responsabilidade pelos sequestros no país. Sigifredo López, outro ex-refém, disse que avalia pedir indenização e que seu caso é "distinto" do de Betancourt. "Não me arrisquei [como ela], estava trabalhando [quando fui raptado]."


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