São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Israel triplica nš de soldados ao Líbano

Apesar da força de 20 mil homens, governo israelense diz que ofensiva deve cessar amanhã, depois de reunião sobre voto na ONU

Chefe do Estado-Maior diz que tropas serão mantidas no país vizinho até envio de força internacional; ontem, 11 soldados foram mortos


MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE KIRYAT SHMONE

Um dia depois da aprovação pela ONU do plano de cessar-fogo, Israel triplicou o número de soldados no sul do Líbano, para cerca de 20 mil. Fontes do governo informaram que as operações ofensivas na região devem cessar amanhã, mas as tropas serão mantidas até o envio de forças internacionais à região. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Dan Halutz, espera pelo menos mais uma semana de combates.
"Não sabemos quanto espaço haverá entre a decisão aceita pela ONU e sua implementação no campo. Não podemos permitir que haja um período indefinido e vazio sem ninguém atuando", disse Halutz à rádio do Exército.
O conflito começou no dia 12 de julho, depois que o grupo terrorista Hizbollah seqüestrou dois soldados israelenses e exigiu, em troca, a libertação de libaneses mantidos em Israel após a última retirada israelense do sul do Líbano, em 2000.
O cessar-fogo aprovado pelo Conselho de Segurança estipula a saída israelense da região paralelamente à chegada do Exército libanês e de força internacional de 15 mil homens -França e Itália já ofereceram tropas.
Logo depois da aprovação dos termos do cessar-fogo, Israel mandou cerca de 12 mil soldados para o Líbano em helicópteros e por terra, na maior operação aerotransportada do país desde 1973.
Há agora pelo menos 20 mil soldados de Israel no sul do Líbano -no início da noite de ontem, elas chegaram ao rio Litani, a 20 km da divisa.
Houve combates em diversas aldeias. Onze soldados israelenses foram mortos, mais de 60 ficaram feridos, e pelo menos 20 guerrilheiros do Hizbollah foram mortos, segundo Israel. Um helicóptero militar israelense foi derrubado pelo grupo, deixando mais de 70 feridos -não havia registro de mortos.

Votação
O gabinete de segurança do premiê Ehud Olmert se reúne hoje e deverá aprovar a resolução da ONU. A direita israelense, que até agora vinha apoiando o governo, começou a criticar o gerenciamento da guerra e o que considera erros táticos do comando militar.
A Força Aérea e a artilharia de Israel continuaram bombardeando o sul do Líbano. Pelo menos 19 pessoas morreram, sendo 15 na aldeia de Rashef, a 8 km da fronteira. O Hizbollah lançou mais de 50 foguetes Katyusha contra Israel, ferindo dez pessoas. A área de Haifa, a terceira maior cidade israelense, foi atingida.
Aviões voltaram a despejar panfletos sobre Beirute, dizendo para os moradores "tirarem os destruidores do Líbano de seus ombros", em referência ao Hizbollah. Um bombardeio israelense a Sidon e Tiro atingiu um carro e feriu um jornalista libanês que trabalha para uma rede sueca de televisão. As duas cidades costeiras libanesas estão sem energia elétrica porque os transformadores nas usinas foram atingidos por bombas israelenses.


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