São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Hizbollah anuncia que vai respeitar cessar-fogo

Grupo manterá ataques, porém, enquanto Israel permanecer no sul libanês

Em discurso na TV, Hassan Nasrallah diz que resistência a Israel é "direito natural"; gabinete libanês aprovou ontem adoção de resolução


DA REDAÇÃO

O líder do Hizbollah, Hassan Nasrallah, afirmou ontem que o grupo terrorista libanês irá respeitar o cessar-fogo aprovado pela ONU e trabalhar em conjunto com o Exército libanês para pôr fim ao conflito que já dura um mês na região.
Nasrallah disse, porém, que a resistência continua enquanto as tropas israelenses permanecerem no sul do Líbano. Ontem, apesar da aprovação da resolução da ONU, Israel ampliou sua ofensiva militar.
"Uma vez que haja um acordo para parar as operações militares ou operações agressivas, a resistência irá aderir sem hesitação", disse Nasrallah em um pronunciamento transmitido pela TV Al Manar.
"Enquanto houve uma movimentação militar israelense, agressões israelenses e soldados israelenses ocupando nossa terra, é nosso direito natural confrontá-los", acrescentou.
O pronunciamento coincidiu com o momento em que o gabinete libanês se reunia para votar a adoção da resolução -que foi aprovada por unanimidade.
"Não seremos obstáculo a nenhuma decisão que o governo ache apropriada, mas nossos ministros expressarão reservas a artigos que consideramos injustos", afirmou Nasrallah.
Horas antes, o premiê do Líbano, Fouad Siniora, havia comemorado a medida. "Essa resolução mostra que o mundo todo ficou ao lado do Líbano."
Adotada por unanimidade entre os quinze membros do Conselho de Segurança da ONU anteontem, a resolução prevê uma retirada escalonada das tropas israelenses do sul do Líbano, ao lado do envio do Exército libanês para a região.
O texto pede cessar-fogo total, mas sem fixar prazos. Ontem, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que a data e a hora exatas para a entrada em vigor da trégua serão definidas em breve.
O presidente George W. Bush comemorou a aprovação da resolução e culpou o Hizbollah, o Irã e a Síria por provocar uma "guerra não desejada" na região. "Agora insto a comunidade internacional a traduzir as palavras em ação e a fazer todos os esforços para levar uma paz duradoura à região."
O enviado especial da ONU ao Oriente Médio, Alvaro de Soto, disse que uma força internacional deve começar a ser empregada no sul do Líbano em prazo de entre sete e dez dias.


Com agências internacionais

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