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Pape analisou 315 ataques de suicidas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK
O professor Robert Pape, da Universidade de
Chicago, estudou cada um
dos 315 atentados suicidas
cometidos por organizações não-governamentais
entre 1980 e 2003. A escolha de 1980 não é aleatória,
pois, desde o fim da Segunda Guerra até aquele ano,
não havia ocorrido nenhum ataque suicida no
mundo.
Nesses 23 anos pesquisados, não foram os muçulmanos os principais
responsáveis por ações
suicidas. O grupo que mais
cometeu ataques foi a organização hindu secular
Tigres Tâmeis, do Sri Lanka, separatista e marxista.
Mesmo entre grupos
considerados radicais islâmicos, como o libanês Hizbollah, é mais comum não-religiosos cometerem ataques suicidas do que fundamentalistas. De 38
agressores ligados ao Hizbollah pesquisados, 27 integravam grupos esquerdistas libaneses, incluindo
três cristãos. Oito eram religiosos xiitas.
De acordo com Pape, há
três níveis de lógica nos
ataques suicidas: o estratégico, o social e o individual. No primeiro, uma organização terrorista não
levará adiante uma campanha de ataques suicidas
se esta não ajudá-la a
avançar nos seus objetivos
políticos. No nível social,
uma onda de ataques suicidas somente ocorrerá se
houver apoio da população local. No individual, é
necessário que haja pessoas dispostas a morrer
por uma causa.
Segundo Pape, terroristas suicidas não são loucos. "Seus motivos são altruístas", escreveu.
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