São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Pape analisou 315 ataques de suicidas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

O professor Robert Pape, da Universidade de Chicago, estudou cada um dos 315 atentados suicidas cometidos por organizações não-governamentais entre 1980 e 2003. A escolha de 1980 não é aleatória, pois, desde o fim da Segunda Guerra até aquele ano, não havia ocorrido nenhum ataque suicida no mundo.
Nesses 23 anos pesquisados, não foram os muçulmanos os principais responsáveis por ações suicidas. O grupo que mais cometeu ataques foi a organização hindu secular Tigres Tâmeis, do Sri Lanka, separatista e marxista.
Mesmo entre grupos considerados radicais islâmicos, como o libanês Hizbollah, é mais comum não-religiosos cometerem ataques suicidas do que fundamentalistas. De 38 agressores ligados ao Hizbollah pesquisados, 27 integravam grupos esquerdistas libaneses, incluindo três cristãos. Oito eram religiosos xiitas.
De acordo com Pape, há três níveis de lógica nos ataques suicidas: o estratégico, o social e o individual. No primeiro, uma organização terrorista não levará adiante uma campanha de ataques suicidas se esta não ajudá-la a avançar nos seus objetivos políticos. No nível social, uma onda de ataques suicidas somente ocorrerá se houver apoio da população local. No individual, é necessário que haja pessoas dispostas a morrer por uma causa.
Segundo Pape, terroristas suicidas não são loucos. "Seus motivos são altruístas", escreveu.


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