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Medidas antiterror serão permanentes
Reino Unido decide manter restrições em viagens de avião
Bagagens de mão, banidas após divulgação de plano, devem voltar a ser permitidas, mas haverá lista de itens proibidos nos vôos
DE LONDRES
Em reunião na noite de anteontem, o governo do Reino
Unido decidiu que restrições de
segurança implementadas nos
aeroportos britânicos após a divulgação de um suposto plano
terrorista vão se tornar permanentes.
Liderado pelo secretário de
Transportes, Douglas Alexander, o encontro teve a presença
do vice-premiê, John Prescott,
e do secretário do Interior,
John Reid, além de dezenas de
representantes de companhias
aéreas e aeroportos do país.
"Eles irão estudar que tecnologia será usada, que buscas serão necessárias e quais itens serão banidos", disse um porta-voz do governo. "As medidas
não serão tão restritivas quanto
as dos últimos dias, mas certamente serão mais restritivas do
que vinham sendo até agora."
As restrições vigentes desde
quinta, após a prisão de 24 suspeitos, incluem a proibição de
bagagens de mão. A polícia britânica afirma que os detidos
tramavam atentados contra
vôos para os EUA.
Os passageiros só podem embarcar com itens essenciais
-documentos, remédios, óculos-, em sacolas transparentes. Essas restrições devem ser
relaxadas quando for reduzido
o nível de alerta contra o terrorismo, hoje no estágio crítico.
Mas haverá uma nova lista de
itens proscritos das bagagens
de mão. Outra regra que pode
se tornar permanente é a revista de calçados dos passageiros.
Países como França, Alemanha e Itália adotaram as novas
medidas. Os líderes europeus
devem se reunir nesta semana,
em Bruxelas, com especialistas
em aviação e segurança para
discutir medidas antiterror.
O governo britânico reagiu às
críticas de muçulmanos, para
quem a política externa no Iraque e no Líbano põe em risco a
segurança interna. "Nenhum
governo com autoridade pode
permitir que terceiros ditem
sua política externa enquanto
há uma ameaça terrorista", disse o secretário de Transportes.
A chanceler Margaret Beckett disse que quem culpa a política externa pelo terror comete "o maior erro possível". "Vamos culpar quem merece: os
que querem tirar vidas inocentes."
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
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