São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Medidas antiterror serão permanentes

Reino Unido decide manter restrições em viagens de avião

Bagagens de mão, banidas após divulgação de plano, devem voltar a ser permitidas, mas haverá lista de itens proibidos nos vôos


DE LONDRES

Em reunião na noite de anteontem, o governo do Reino Unido decidiu que restrições de segurança implementadas nos aeroportos britânicos após a divulgação de um suposto plano terrorista vão se tornar permanentes.
Liderado pelo secretário de Transportes, Douglas Alexander, o encontro teve a presença do vice-premiê, John Prescott, e do secretário do Interior, John Reid, além de dezenas de representantes de companhias aéreas e aeroportos do país.
"Eles irão estudar que tecnologia será usada, que buscas serão necessárias e quais itens serão banidos", disse um porta-voz do governo. "As medidas não serão tão restritivas quanto as dos últimos dias, mas certamente serão mais restritivas do que vinham sendo até agora."
As restrições vigentes desde quinta, após a prisão de 24 suspeitos, incluem a proibição de bagagens de mão. A polícia britânica afirma que os detidos tramavam atentados contra vôos para os EUA.
Os passageiros só podem embarcar com itens essenciais -documentos, remédios, óculos-, em sacolas transparentes. Essas restrições devem ser relaxadas quando for reduzido o nível de alerta contra o terrorismo, hoje no estágio crítico.
Mas haverá uma nova lista de itens proscritos das bagagens de mão. Outra regra que pode se tornar permanente é a revista de calçados dos passageiros.
Países como França, Alemanha e Itália adotaram as novas medidas. Os líderes europeus devem se reunir nesta semana, em Bruxelas, com especialistas em aviação e segurança para discutir medidas antiterror.
O governo britânico reagiu às críticas de muçulmanos, para quem a política externa no Iraque e no Líbano põe em risco a segurança interna. "Nenhum governo com autoridade pode permitir que terceiros ditem sua política externa enquanto há uma ameaça terrorista", disse o secretário de Transportes.
A chanceler Margaret Beckett disse que quem culpa a política externa pelo terror comete "o maior erro possível". "Vamos culpar quem merece: os que querem tirar vidas inocentes." (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)


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