São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2007

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TERRA DE NINGUÉM

Musharraf admite que há base do Taleban no Paquistão

DA REDAÇÃO

Sob pressão americana para reprimir bases de grupos islâmicos radicais em seu país, o ditador paquistanês, general Pervez Musharraf, compareceu ontem ao encerramento da reunião de líderes tribais do Afeganistão e do Paquistão em Cabul. A reunião foi promovida pelo governo afegão para obter o apoio dos líderes no combate à guerrilha do grupo fundamentalista Taleban.
Musharraf -que no meio da semana passada anunciara que não compareceria pessoalmente ao encontro- admitiu pela primeira vez que combatentes do Taleban se abrigam no Paquistão antes de realizar ataques no Afeganistão. O ditador disse ainda que os dois países são confrontados "por uma forma particularmente sombria" de terrorismo.
Musharraf decidiu participar do encontro após pedidos da secretaria de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e do presidente afegão, Hamid Karzai. "O Afeganistão confia em seu vizinho", disse Karzai. A relação entre os dois líderes pareceu mais amistosa que no passado, quando se acusavam de não fazer o suficiente contra o terrorismo. Em 2006, Karzai e Musharraf não se cumprimentaram na frente de jornalistas, em encontro na Casa Branca.
O general, que tomou o poder em 1999 e pretende ser reeleito presidente pelo Congresso, também enfrenta desgaste político interno por causa da violência. Segundo a revista "Economist", 300 pessoas morreram em julho no país, em ataques suicidas e combates contra militantes islâmicos. Washington afirma que a Al Qaeda está se reagrupando na porosa fronteira entre Afeganistão e Paquistão.
Chefes tribais do Waziristão, no Paquistão, não participaram do encontro em Cabul alegando temer represálias do Taleban.


Com agências internacionais


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