|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÃO
Prédios da ONU são atacados
Disputa pelo poder mata 7 no Afeganistão
DA REDAÇÃO
Sete simpatizantes do ex-governador da Província afegã de Herat
(situada perto do Irã), o poderoso
chefe de guerra Ismail Khan,
morreram e 20 ficaram feridos
ontem em enfrentamentos com a
polícia afegã e com soldados americanos depois que manifestantes
atearam fogo a escritórios da
ONU na região, segundo testemunhas e membros das equipes
de socorro.
A violência ocorreu durante o
segundo dia de protestos contra a
decisão do presidente interino
afegão, Hamid Karzai, que faz
campanha para a eleição de 9 de
outubro, de retirar Khan de seu
posto, tomada anteontem.
Trata-se de uma tentativa de
Karzai de estabelecer controle sobre áreas dominadas por influentes chefes de guerra.
"Ismail Khan, que controla a lucrativa fronteira com o Irã, prometera respeitar Cabul, mas não o
fez. A receita que ele obtém com o
comércio, legal ou ilegal, com o
Irã é mais elevada que o Orçamento do governo. Ora, se pretende controlar o país, Karzai tem
de enfrentar os chefes de guerra",
explicou à Folha Olivier Roy, do
Centro de Estudos e de Pesquisas
Internacionais (Paris).
"Há, porém, o perigo de ele perder o controle da situação, o que
teria conseqüências catastróficas
num país em que reina o caos há
décadas. Mas isso não deverá
ocorrer tão facilmente desta vez,
já que o governo Karzai é apoiado
pelos EUA e pela ONU", acrescentou Roy. Segundo ele, Khan é
o homem mais rico do país.
Além dos escritórios da ONU,
os manifestantes também atacaram o Consulado do Paquistão
em Herat. Karzai disse à imprensa
que eles só tinham o direito de
protestar pacificamente. "Trataremos os arruaceiros com a força
necessária", disse o presidente.
Um governador fiel a Karzai já
assumiu o posto de Khan. Cabul
decretou toque de recolher na cidade para buscar conter os manifestantes pró-Khan.
Com agências internacionais
Colaborou Márcio Senne de Moraes
Texto Anterior: Oriente Médio: Ato reúne milhares contra plano Gaza Próximo Texto: EUA: Powell ataca desigualdade no Exército Índice
|