São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Sharon acusa líderes dos colonos de incitarem uma guerra civil

Ato reúne milhares contra plano Gaza

DA REDAÇÃO

Uma multidão de colonos judeus e simpatizantes se reuniu ontem no centro de Jerusalém para protestar contra o plano do premiê de Israel, Ariel Sharon, de retirar assentamentos judaicos da faixa de Gaza.
A manifestação ocorre em um momento em que se intensifica a polarização da opinião pública em relação à retirada das colônias, e se elevam os temores de que Sharon possa ser vítima de um ataque de extremista judeu ou de que haja enfrentamentos envolvendo os colonos e o Exército.
O próprio premiê acusou ontem líderes de extrema direita de estarem incitando a violência. "Em essência, [os extremistas] querem incitar uma guerra civil", afirmou Sharon.
Os manifestantes carregavam cartazes contra Sharon, nos quais o descreviam como ditador e nazista. A segurança ao redor do premiê foi intensificada. Um contraste para um líder que, no passado, era considerado o principal defensor dos colonos.
Segundo os organizadores, havia cerca de 100 mil pessoas no protesto. O governo não divulgou estimativa oficial.
Para Sharon, a manutenção dos assentamentos judaicos na faixa de Gaza é insustentável. Cerca de 8.000 colonos judeus vivem em meio a 1,3 milhão de palestinos. Um grande aparato militar é necessário para garantir a segurança desses colonos. Ainda assim, não tem sido possível impedir que os palestinos ataquem tanto soldados quanto colonos na área.
Sharon, que já foi derrotado em votação da qual participaram todos os afiliados ao seu partido (Likud) e, depois, em votação de delegados da legenda, deixou claro que não pretende voltar atrás nos seus planos -que contam com o apoio dos EUA e da ONU.
Líderes dos colonos disseram, durante o protesto, que não pretendem usar a violência. Mas, na semana passada, eles advertiram que a retirada das colônias da faixa de Gaza vai provocar uma guerra civil.
Os palestinos acham positiva a retirada, mas temem que Sharon intensifique a presença israelense na Cisjordânia.


Com agências internacionais

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