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Washington congela bens de agentes venezuelanos
Sanção, adotada após expulsão de diplomata,
atinge ex-ministro e chefes de inteligência
EUA afirmam que acusações
dos presidentes da Bolívia e
Venezuela a embaixadores
refletem "desespero" e
"fraqueza" de mandatários
DA REDAÇÃO
Washington anunciou ontem sanções contra membros
do governo venezuelano por
suposto apoio ao narcotráfico
das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Um dia após a expulsão do embaixador do país em Caracas, o
Tesouro americano congelou
os bens de dois diretores de órgãos de inteligência e do ex-ministro do Interior, Ramón Rodríguez Chacín.
Reagindo às acusações dos
presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo
Morales, de que seus diplomatas tenham apoiado conspirações de oposicionistas contra
os governos nacionais, o Departamento de Estado dos EUA
rotulou os dirigentes de "fracos
e desesperados".
"A única deposição que buscamos é a da pobreza. A única
conspiração de importância na
região é o compromisso dos
países democráticos em aumentar as oportunidades para
seus cidadãos", afirmou o porta-voz do Chancelaria, Sean
McCormack, que anunciou ontem a expulsão de Bernardo Álvarez Herrera, embaixador da
Venezuela em Washington.
O retorno de Álvarez fora antecipado por Chávez anteontem, quando, em linguagem pesada, mandou embora de Caracas o embaixador americano,
Patrick Duddy, "em solidariedade" a Morales -que acusara
o embaixador Philip Goldberg
de tramar contra a democracia
e a integridade boliviana.
Segundo Sean McCormack,
tanto Morales quanto Chávez
sabem que as acusações que fazem aos diplomatas americanos são falsas. Os ataques, afirma nota da Chancelaria, refletem "a fraqueza e o desespero
desses líderes ao enfrentarem
sérios desafios internos e a inabilidade de se comunicarem
efetivamente com a comunidade internacional".
"Desesperada e fanfarrona"
foi "a posição expressa pelo
porta-voz do departamento de
Estados dos EUA", rebateu o
chanceler venezuelano, Nicolás Maduro. "Acabou esse tempo [de dominação americana]."
Perto do "eixo do mal"
A nota dura da Chancelaria
americana e as sanções contra
altos funcionários venezuelanos marcam a escalada das tensões entre Washington e seus
principais desafetos regionais.
As restrições, adotadas contra
agentes de cúpula de países como o Irã, não têm precedentes
na guerra retórica entre a Casa
Branca e Chávez.
Alguns dos fatos citados pelo
Tesouro dos EUA para justificar as sanções são antigos e amplamente conhecidos. Outros,
carentes de comprovação efetiva, refletem as acusações sistemáticas de Washington à falta
de apoio da Venezuela a sua polêmica ofensiva contra as drogas na América Latina.
Nota divulgada pelo Tesouro
acusa Chacín, intermediário
nas negociações para a libertação de reféns das Farc, de encontrar-se com guerrilheiros e
ser o "principal mediador" entre o governo e o grupo rebelde
colombiano. O ex-ministro,
que deixou o cargo na segunda-feira, também teria tentado intermediar um empréstimo de
Caracas às Farc -cuja realização não está comprovada.
O diretor da agência de inteligência militar venezuelana,
Hugo Armando Carvajal Barrios, é acusado de proteger carregamentos de drogas e entregar armas à guerrilha, permitindo que mantivesse base no
departamento de Arauca.
As acusações contra o chefe
da inteligência civil, Henry de
Jesus Rangel Silva, são mais vagas. Ele teria dado assistência
ao narcotráfico e pressionado
por uma maior cooperação entre o governo da Venezuela e os
guerrilheiros das Farc.
Para o responsável pelo controle de bens estrangeiro do
Tesouro americano, Adam Szubi, os três venezuelanos "armaram, acobertaram e financiaram" narcoterroristas.
Com agências internacionais
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