São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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Anistia acusa rebeldes líbios de violar direitos humanos

Oposicionistas torturaram e cometeram crimes de guerra, segundo relatório

O Conselho Nacional de Transição tem o reconhecimento de 60 países; ontem, a China declarou apoio ao órgão

Das agências de notícias

Os rebeldes líbios, já reconhecidos por ao menos 60 países como a nova autoridade da Líbia, violaram direitos humanos durante sua caçada ao ditador Muammar Gaddafi, denuncia a Anistia Internacional em relatório divulgado ontem pela agência Associated Press.
O documento de 100 páginas, publicado após três meses de investigação, mostra que a oposição também torturou e "matou ilegalmente" mais de uma dúzia de gaddafistas e soldados entre abril e julho.
A Anistia observa, no entanto, que os crimes foram cometidos em uma escala bem menor do que a empregada pelas forças do regime.

CRIMES DE GUERRA
"Membros e apoiadores da oposição, estruturados de forma precária sob a liderança do Conselho Nacional de Transição (CNT) também cometeram abusos contra os direitos humanos, em alguns casos levando a crimes de guerra", diz o relatório.
Eles ainda teriam matado soldados capturados e supostos mercenários com tiros, enforcamento ou mesmo linchamentos. O relatório diz que os dois lados incitaram o racismo e a xenofobia, gerando uma perseguição a negros, confundidos com mercenários contratados pelo ditador.
O ministro da Justiça dos oposicionistas, Mohammed al Alagi, criticou a classificação das ações dos rebeldes como "crime de guerra". "Eles não são um exército, são pessoas comuns", disse.
O último país a reconhecer o CNT como a autoridade vigente foi a China, ontem.
Pequim disse que já está em contato direto com os rebeldes. Com o reconhecimento por parte da China, todos os membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) -Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China- reconhecem o CNT. Dos BRICS, Brasil, Índia e África do Sul ainda não reconheceram. Ontem, o governo do Níger confirmou aos Estados Unidos que Saadi Gaddafi, filho do ditador que foi jogador de futebol em times europeus e atualmente comandava parte das forças armadas líbias, cruzou a fronteira com o país -a informação havia sido revelada no domingo. O Níger afirma que o interceptou e "pretende prendê-lo".
Até a última semana, especulava-se que Saadi, 37, estava escondido com o pai e o irmão Saif al Islam, 38, o que alimentou os rumores de que o ditador pode também ter escolhido o país vizinho como opção de fuga.
Segundo a rede Al Arabiya, de Dubai, pelo menos 32 pessoas próximas a Gaddafi teriam passado para o Níger nos últimos dez dias.
Em uma nova mensagem escrita, Gaddafi pediu ontem que seus aliados lutem contra os traidores. O texto foi divulgado depois que forças leais ao ditador atacaram uma refinaria de petróleo em Ras Lanuf, matando 17 pessoas.



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