São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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Junta militar egípcia anuncia ordem para atirar em invasores

Medida ocorre após invasão da Embaixada de Israel no Cairo

DE SÃO PAULO

Autoridades egípcias ameaçaram ontem usar munição letal para evitar invasões de edifícios por manifestantes.
O anúncio é resultado da invasão da embaixada de Israel na última sexta, que obrigou a retirada às pressas do embaixador israelense do Cairo e desencadeou crise política entre os dois países.
"Não permitiremos que ninguém ataque o Ministério do Interior ou qualquer delegacia de polícia", disse o ministro do Interior, Mansour al Essawy, à TV estatal.
As declarações aumentam o clima de confronto entre a junta militar que governa o país desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro passado, e os manifestantes que o depuseram.
Para analistas, a invasão da embaixada foi uma forma de protesto não só contra Israel, mas também contra a tentativa da junta militar de seguir com a violência e a repressão no comando do país.
Até ontem, ao menos 130 pessoas haviam sido detidas por participação na invasão da embaixada. Hoje, o premiê turco, Recep Erdogan, deve chegar ao Egito para falar na Liga Árabe. Depois, passará por Tunísia e Líbia.
O objetivo de Erdogan é se aproximar dos países que passaram por revoltas e se distanciar de Israel. O turco adiou a visita que previra à faixa de Gaza -que poderia minar ainda mais a relação com o governo israelense-, mas disse que espera realizá-la "o quanto antes".
Ele declarou ontem que o ataque israelense ao navio turco da flotilha humanitária que se dirigia a Gaza em 2011 justificaria uma declaração de guerra, mas que a Turquia optou pela "paciência".
Ontem, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, encontrou-se com o presidente turco, Abdullah Gul, em Istambul. Os dois trocaram impressões sobre as situações de Líbia, Síria e a atual relação entre Turquia e Israel.
Segundo fontes diplomáticas brasileiras, os dois governos concordaram que é preciso pressionar mais a Síria no âmbito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Os dois também teriam conversado sobre o papel do Grupo de Amigos da Líbia, no qual a Turquia é um dos protagonistas.
No dia anterior, Patriota havia se encontrado com o chanceler turco, Ahmet Davutoglu.
A missão de Patriota era também preparar a visita da presidente Dilma Rousseff à Turquia, prevista para ocorrer no início de outubro.
Antes, a presidente passará por Bruxelas, onde ocorre a Cúpula Brasil-União Europeia, e pela Bulgária, país de origem de sua família.



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