São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008

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Coréia do Norte diz que retomará desnuclearização e faz cobrança

Fora da "lista do terror" dos EUA, Pyongyang quer compensação econômica

DA REDAÇÃO

No dia seguinte à sua remoção da lista norte-americana de países patrocinadores do terrorismo, a Coréia do Norte se comprometeu, em pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores, a retomar o desmantelamento de suas centrais nucleares e a aceitar as inspeções internacionais impostas pelos EUA. Cobrou, no entanto, efeitos práticos de sua nova condição. Em outras palavras: compensação econômica.
O porta-voz da Chancelaria norte-coreana fez eco ao Departamento de Estado dos EUA e afirmou que o anúncio de Washington anteontem foi produto de tratativas entre os países realizadas em Pyongyang entre 1º e 3 de outubro.
Disse que no último dia foi firmado um acordo, depois de os dois lados promoverem "profundas discussões sobre como superar as dificuldades ao cumprimento de compensações políticas e econômicas".
E que o entendimento culminou com a retirada da Coréia do Norte (ex-integrante do "eixo do mal" de George W. Bush ao lado de Irã e Iraque) da lista de Estados patrocinadores do terrorismo -agora com Síria, Sudão, Irã e Cuba.
Os norte-coreanos agradeceram a medida dos EUA e afirmaram que, em retribuição à decisão política de Bush, decidiram "retomar a desativação das instalações nucleares de Yongbyon e permitir aos inspetores dos EUA e da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) executarem seu dever". E que isso se deve à premissa de implementar na íntegra o pacto de 3 de outubro.
"A plena implementação do acordo nos próximos dias depende de a medida dos EUA de tirar a Coréia do Norte da relação de "Estado patrocinador do terrorismo" realmente produzir efeitos e as outras cinco partes [Coréia do Sul, China, Japão e Rússia, além dos EUA] completarem suas compensações econômicas", finalizou o norte-coreano, destoando do discurso feito na véspera por Washington ao anunciar a medida.
Anteontem, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA dissera que a suspensão das sanções comerciais impostas aos norte-coreanos não cessaria com a remoção da lista. Além de episódios acerca da questão nuclear, Sean McCormack listara "infrações aos direitos humanos e até o status de país comunista" como causas da manutenção de sanções.
O Japão expressou descontentamento com a decisão americana, com o ministro das Finanças, Shoichi Nakagawa. "Não creio que os EUA tomaram essa decisão após estreita consulta ao aliado Japão", afirmou ele em Washington, onde participa de reunião do G7.
A China não quis comentar a decisão dos EUA, e a Coréia do Sul elogiou o entendimento de seu vizinho com os americanos.
A retirada da Coréia do Norte da lista negra dos EUA ocorre em meio a rumores de grave doença de seu líder, Kim Jong-il. Anteontem, a agência oficial de notícias do país divulgou as primeiras imagens do ditador em meses, mas não ficou claro quando o registro foi feito.


Com agências internacionais



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