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Coréia do Norte diz que retomará desnuclearização e faz cobrança
Fora da "lista do terror" dos EUA, Pyongyang quer compensação econômica
DA REDAÇÃO
No dia seguinte à sua remoção da lista norte-americana de
países patrocinadores do terrorismo, a Coréia do Norte se
comprometeu, em pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores, a retomar o
desmantelamento de suas centrais nucleares e a aceitar as
inspeções internacionais impostas pelos EUA. Cobrou, no
entanto, efeitos práticos de sua
nova condição. Em outras palavras: compensação econômica.
O porta-voz da Chancelaria
norte-coreana fez eco ao Departamento de Estado dos EUA
e afirmou que o anúncio de
Washington anteontem foi
produto de tratativas entre os
países realizadas em Pyongyang entre 1º e 3 de outubro.
Disse que no último dia foi
firmado um acordo, depois de
os dois lados promoverem
"profundas discussões sobre
como superar as dificuldades
ao cumprimento de compensações políticas e econômicas".
E que o entendimento culminou com a retirada da Coréia do
Norte (ex-integrante do "eixo
do mal" de George W. Bush ao
lado de Irã e Iraque) da lista de
Estados patrocinadores do terrorismo -agora com Síria, Sudão, Irã e Cuba.
Os norte-coreanos agradeceram a medida dos EUA e afirmaram que, em retribuição à
decisão política de Bush, decidiram "retomar a desativação
das instalações nucleares de
Yongbyon e permitir aos inspetores dos EUA e da AIEA
(Agência Internacional de
Energia Atômica) executarem
seu dever". E que isso se deve à
premissa de implementar na
íntegra o pacto de 3 de outubro.
"A plena implementação do
acordo nos próximos dias depende de a medida dos EUA de
tirar a Coréia do Norte da relação de "Estado patrocinador do
terrorismo" realmente produzir efeitos e as outras cinco partes [Coréia do Sul, China, Japão
e Rússia, além dos EUA] completarem suas compensações
econômicas", finalizou o norte-coreano, destoando do discurso
feito na véspera por Washington ao anunciar a medida.
Anteontem, o porta-voz do
Departamento de Estado dos
EUA dissera que a suspensão
das sanções comerciais impostas aos norte-coreanos não cessaria com a remoção da lista.
Além de episódios acerca da
questão nuclear, Sean McCormack listara "infrações aos direitos humanos e até o status de
país comunista" como causas
da manutenção de sanções.
O Japão expressou descontentamento com a decisão
americana, com o ministro das
Finanças, Shoichi Nakagawa.
"Não creio que os EUA tomaram essa decisão após estreita
consulta ao aliado Japão", afirmou ele em Washington, onde
participa de reunião do G7.
A China não quis comentar a
decisão dos EUA, e a Coréia do
Sul elogiou o entendimento de
seu vizinho com os americanos.
A retirada da Coréia do Norte
da lista negra dos EUA ocorre
em meio a rumores de grave
doença de seu líder, Kim Jong-il. Anteontem, a agência oficial
de notícias do país divulgou as
primeiras imagens do ditador
em meses, mas não ficou claro
quando o registro foi feito.
Com agências internacionais
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