|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SUCESSÃO NOS EUA / DESÂNIMO ELEITORAL
Frustrados com campanha, republicanos avistam derrota
"Não conheço ninguém que esteja satisfeito", diz ex-governador Tommy Thompson
Atrás nas pesquisas, partido se divide sobre estratégia
a adotar para revitalizar a candidatura de John McCain nas três últimas semanas
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
A três semanas da eleição de
4 de novembro nos EUA, políticos republicanos não escondem a crescente expectativa de
uma derrota do senador John
McCain, em meio ao que vêem
como esforços inúteis e descoordenados da campanha do
partido para influenciar a corrida presidencial.
"Há uma frustração real porque o tempo está se esgotando",
afirmou Saul Anuzis, líder do
Partido Republicano em Michigan -onde McCain já desistiu de fazer campanha devido a
pesquisas desfavoráveis. "Nossa mensagem não está alcançando [o eleitorado], disse ao
"New York Times."
"Não conheço ninguém que
esteja satisfeito [com a campanha de McCain]", completou o
republicano Tommy Thompson, ex-governador do Wisconsin. Nesse Estado, McCain está
atrás do rival, o democrata Barack Obama, por 8,8 pontos, segundo média colhida pelo site
Real Clear Politics.
"Obama vai ganhar de lavada", afirmou a jornalistas Ed
Rollins, republicano que dirigiu
a campanha à reeleição do presidente Ronald Reagan (1981-1989) em 1984. Ele compara a
situação de Obama com a de
Reagan em 1980, quando o presidente venceu após conquistar
46 dos 50 Estados americanos.
"Quando os eleitores ficaram
confortáveis com a idéia de
Reagan como presidente, o
apoio veio em ondas. Barack está no mesmo ponto."
McCain, porém, diz-se confiante. "Gostaria de lembrar a
todos que analistas estiveram
errados várias vezes", afirmou
em ato em Iowa anteontem.
Em busca de direção
Na onda de pessimismo, os
republicanos não conseguem
decidir como revitalizar a campanha no tempo que falta. Conselheiros divergem entre focar
o resto do período em um plano
sobre a crise econômica ou mudar totalmente de assunto, já
que Obama é considerado pelo
eleitorado como mais hábil no
tema. Alguns sugerem aprofundar as críticas a relações
passadas do democrata, mas
outros querem abandonar a tática. E há a disputa entre enviar
mensagens sobre vários assuntos ou se concentrar em uma linha única.
"A campanha tem sido estúpida", disse ontem à TV Fox
News William Kristol, comentarista neoconservador que
apóia McCain. "Ficou patética,
pois não há estratégia, estão esperneando para todos os lados.
Insistem em coisas que não
funcionam."
Outra dúvida se relaciona à
direção do esforço. Na Pensilvânia, apesar de estar quase 14
pontos atrás de Obama nas pesquisas, McCain não dá sinais de
que diminuirá o investimento,
que consome recursos que poderiam ser úteis em disputas
mais apertadas, como Ohio.
A chapa republicana gastou
US$ 1,6 milhão em comerciais
no Estado apenas na primeira
semana de outubro. Sarah Palin, vice de McCain, fez comícios no Estado cinco vezes e
planeja outro amanhã.
"Temos as nossas pesquisas
particulares", defendeu-se
Mark Salter, assessor de
McCain. "A Pensilvânia parece
muito melhor do que Michigan
[Estado onde McCain abandonou a campanha]."
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Americanas Índice
|