São Paulo, terça-feira, 13 de outubro de 2009

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Novo ataque suicida mata 41 no Paquistão

Atentado é a quarta ação terrorista de grande porte no país em apenas uma semana, sinalizando contraofensiva a Islamabad

Ataque não foi reivindicado, mas ocorre dois dias depois de invasão de quartel militar pelo Taleban; presidente diz que ações não conterão país

DA REDAÇÃO

Ataque suicida a um comboio militar em frente a um mercado popular no noroeste do Paquistão matou ontem ao menos 41 pessoas e deixou outras 45 feridas. O atentado é o quarto em uma semana e segue-se a recente ameaça do Taleban de lançar nova ofensiva no país.
Segundo autoridades locais, um homem-bomba detonou os explosivos contra três veículos militares que passavam pelo local, no distrito de Shangla (noroeste) -próximo ao Swat, bastião insurgente alvo de ofensiva militar iniciada em abril. A ação não teve a autoria reivindicada.
O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, disse que "esses ataques não nos deterão em nossa ofensiva contra os insurgentes". Das vítimas do atentado, 35 eram civis, e 6, militares.
A ação terrorista ocorre apenas dois dias após a invasão por insurgentes de um importante quartel do Exército em Rawalpindi e a manutenção de reféns no local por mais de 20 horas, debelada apenas depois de operação militar que resgatou 39 deles. Morreram na ação 9 terroristas, 9 militares e 3 reféns.
O ataque foi reivindicado pelo Taleban, que alertou ser apenas o início de uma nova ofensiva em retaliação à morte do líder do grupo no país, Baitullah Mehsud, em agosto, e após o relativo sucesso de Islamabad em impor recuos ao grupo radical islâmico na região do Swat, de onde os insurgentes lançam ofensivas contra as forças ocidentais no vizinho Afeganistão.
De acordo com o porta-voz do Exército paquistanês, Athar Abbas, os terroristas pretendiam sequestrar altos oficiais para negociar a libertação de líderes do grupo radical islâmico atualmente presos no país.
Na última sexta, a explosão de um carro-bomba já vitimara ao menos 49 pessoas em Peshawar, principal cidade da região de fronteira com o Afeganistão. E há uma semana cinco funcionários da ONU haviam morrido em ataque suicida a uma missão da organização na capital.
A recente onda de ataques sinaliza uma articulação do Taleban com grupos insurgentes de outras regiões, o que pode representar novo desafio a Islamabad. Ocorre ainda às vésperas da "iminente", segundo o governo, extensão da ofensiva militar do Swat para o Waziristão do Sul, outro bastião insurgente também na divisa afegã.


Com agências internacionais


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