São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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"Crise bilateral é a pior dos últimos 20 anos"

DO ENVIADO A BOGOTÁ

As reiteradas declarações de Hugo Chávez defendendo que as Farc deixem de ser consideradas terroristas provocaram uma onda de críticas contra o presidente venezuelano, mas reavivou o antigo debate sobre como deve ser tratada a guerrilha de esquerda com mais de 40 anos de existência.
"As declarações foram uma surpresa para todos os colombianos e tiraram a altura e a importância do gesto generoso do presidente Chávez ao conseguir a liberação das reféns. Ele apagou com o cotovelo o que havia escrito com as mãos", disse à Folha o ex-presidente Ernesto Samper (1998-2002).
O ex-presidente avalia que a soma dos problemas diplomáticos entre os dois países e a aproximação de Chávez com as Farc enquanto se afasta do governo Álvaro Uribe é "uma das piores, senão a pior crise bilateral dos últimos 20 anos" e representa "um risco e uma ameaça real" para a Colômbia.
Mas Samper discorda da classificação de terrorista dada às Farc pelo governo colombiano. "A palavra é uma desqualificação como atores políticos. Obviamente, existe um conflito na Colômbia; da mesma forma, não se pode ignorar que as Farc desconhecem o direito internacional humanitário ao usar seqüestros, bombas e minas."
Sobre as declarações de Chávez, o analista Alejo Vargas, da Universidade Nacional, diz que as declarações de Chávez "foram inoportunas", mas "a proposta em sim tem sido parte do debate nacional durante todo o tempo".


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