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Bush reitera a países do Golfo acusação ao Irã
DA REDAÇÃO
Na quarta etapa de sua viagem pelo Oriente Médio, o presidente George W. Bush insistiu ontem, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, que "o Irã é o grande padrinho do terrorismo" e representa uma ameaça aos países árabes do Golfo, em razão de seu
suspeito programa nuclear.
As declarações de Bush, a
exemplo do que ocorreu no
Bahrein e no Kuait , têm sido
recebidas com certa frieza, diz a
Reuters, em razão do temor de
que uma ação militar americana no Irã gere tensões com efeito regional desestabilizador.
"As ações do Irã ameaçam a
segurança dos países. É por isso
que os Estados Unidos estão
reiterando seus compromissos
com seus amigos do Golfo e
unindo os esforços antes que
seja tarde", disse Bush.
Disse que o Irã "é o país que
mais apóia o terrorismo, enviando centenas de milhões de
dólares aos extremistas ao redor do mundo, enquanto o povo iraniano enfrenta a repressão e dificuldades econômicas".
Os Estados Unidos acusam o
regime islâmico de apoio às milícias xiitas no Iraque e também de estar por trás do Hamas, em territórios palestinos,
e do Hizbollah, no Líbano.
"Nós já os advertimos para
que não levem adiante esse tipo
de política", disse o porta-voz
do Ministério das Relações Exteriores dos Emirados,
Moahmmad Ali Hosseini.
Bush tem insistido em sua
viagem para o fato de o regime
iraniano continuar a ser uma
ameaça nuclear, apesar do relatório dos serviços de inteligência americanos de que o país interrompeu em 2003 seu programa para fabricar a bomba.
No período da manhã, quando ainda estava no Bahrain,
Bush visitou embarcações da 5ª
frota da Marinha americana, da
qual três navios foram envolvidos há oito dias em incidentes
com lanchas iranianas.
O almirante Kevin Cosgriff,
comandante da frota, afirmou a
Bush que os incidentes "foram
tremendamente sérios", disse a
porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. "Todos se lembram
do que aconteceu com o USS
Cole", disse ela, numa menção
à embarcação atacada em 2000
pela Al Qaeda no Iêmen.
Informe à AIEA
Em Teerã, o governo anunciou ter fornecido ao diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica),
Mohamed El Baradei, informações sobre uma centrífuga de
nova geração, capaz de enriquecer rapidamente urânio.
O porta-voz para questões de
segurança nacional da Casa
Branca, Gordon Johndroe, disse que não basta para o Irã responder sobre atividades passadas. É preciso que aquele país
deixe mais claros os planos que
tem para o futuro imediato.
Em Teerã, o governo iraniano voltou a reagir às declarações de Bush. Disse que, ao se
ater insistentemente ao tema, o
presidente americano demonstra "o fracasso" de sua viagem
ao Oriente Médio. O ministro
do Exterior, Manuchehr Mottaki, rejeitou a acusação de que
seu país apóie o terrorismo e
disse que até março todas as
dúvidas da AIEA estarão integralmente respondidas.
Com agências internacionais
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