São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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Bush reitera a países do Golfo acusação ao Irã

DA REDAÇÃO

Na quarta etapa de sua viagem pelo Oriente Médio, o presidente George W. Bush insistiu ontem, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, que "o Irã é o grande padrinho do terrorismo" e representa uma ameaça aos países árabes do Golfo, em razão de seu suspeito programa nuclear.
As declarações de Bush, a exemplo do que ocorreu no Bahrein e no Kuait , têm sido recebidas com certa frieza, diz a Reuters, em razão do temor de que uma ação militar americana no Irã gere tensões com efeito regional desestabilizador.
"As ações do Irã ameaçam a segurança dos países. É por isso que os Estados Unidos estão reiterando seus compromissos com seus amigos do Golfo e unindo os esforços antes que seja tarde", disse Bush.
Disse que o Irã "é o país que mais apóia o terrorismo, enviando centenas de milhões de dólares aos extremistas ao redor do mundo, enquanto o povo iraniano enfrenta a repressão e dificuldades econômicas".
Os Estados Unidos acusam o regime islâmico de apoio às milícias xiitas no Iraque e também de estar por trás do Hamas, em territórios palestinos, e do Hizbollah, no Líbano.
"Nós já os advertimos para que não levem adiante esse tipo de política", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores dos Emirados, Moahmmad Ali Hosseini.
Bush tem insistido em sua viagem para o fato de o regime iraniano continuar a ser uma ameaça nuclear, apesar do relatório dos serviços de inteligência americanos de que o país interrompeu em 2003 seu programa para fabricar a bomba.
No período da manhã, quando ainda estava no Bahrain, Bush visitou embarcações da 5ª frota da Marinha americana, da qual três navios foram envolvidos há oito dias em incidentes com lanchas iranianas.
O almirante Kevin Cosgriff, comandante da frota, afirmou a Bush que os incidentes "foram tremendamente sérios", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. "Todos se lembram do que aconteceu com o USS Cole", disse ela, numa menção à embarcação atacada em 2000 pela Al Qaeda no Iêmen.

Informe à AIEA
Em Teerã, o governo anunciou ter fornecido ao diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Mohamed El Baradei, informações sobre uma centrífuga de nova geração, capaz de enriquecer rapidamente urânio.
O porta-voz para questões de segurança nacional da Casa Branca, Gordon Johndroe, disse que não basta para o Irã responder sobre atividades passadas. É preciso que aquele país deixe mais claros os planos que tem para o futuro imediato.
Em Teerã, o governo iraniano voltou a reagir às declarações de Bush. Disse que, ao se ater insistentemente ao tema, o presidente americano demonstra "o fracasso" de sua viagem ao Oriente Médio. O ministro do Exterior, Manuchehr Mottaki, rejeitou a acusação de que seu país apóie o terrorismo e disse que até março todas as dúvidas da AIEA estarão integralmente respondidas.


Com agências internacionais


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