São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Economia domina primárias em Michigan

Estado sedia amanhã embate entre pré-candidatos republicanos; John McCain e Mitt Romney são os favoritos

DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

A má fase da economia local tem dado o tom da campanha eleitoral no Estado de Michigan, que sedia amanhã a primária do partido Republicano. Michigan, como todo o país, é afetado pelo risco de recessão e pela crise das hipotecas imobiliárias (é o vice-campeão de calotes), mas o tema vai ainda mais longe no Estado.
Em novembro, a taxa de desemprego foi a mais alta dos Estados Unidos: 7,4%, contra 4,7% da média do país. A indústria automobilística -um dos motores de Michigan- tem reduzido seu número de postos de trabalho. Entre 2000 e 2006, segundo o jornal "Financial Times", o Estado, que tem 10 milhões de habitantes, perdeu 250 mil empregos no setor (35% do total).
Os números têm sido matéria-prima farta para os candidatos, que rodam fábricas e visitam sindicados no interior e na capital Detroit. Favoritos nas pesquisas para vencer as primárias locais pelo partido republicano, o senador do Arizona John McCain e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney passaram o dia de ontem no Estado falando cara a cara com eleitores sobre causas, conseqüências e soluções para o problema.
"Vamos começar hoje falando de economia", avisou McCain (vencedor da primária republicana em New Hampshire) em seu discurso, antes de defender que Michigan deve "liderar o país" na produção de "tecnologia verde". O Estado tem apostado em novos setores para se tornar menos dependente da indústria automotiva.
Romney, que dia desses fez discurso em uma fábrica de General Motors, disse que "o país todo vai passar pelo que Michigan tem passado, a não ser que nós consertemos o que está acontecendo aqui em Michigan e aprendamos lições que possam nos ajudar na nação."
Com pouca perspectiva de vitória no Estado, Mike Huckabee (vitorioso em Iowa e líder nas pesquisas nacionais) fez campanha ontem na Carolina do Sul, que abriga primárias republicanas no dia 19 (e democratas no dia 26), enquanto Rudolph Giuliani falou com eleitores na Flórida -um dos Estados com maior peso nas primárias e grande aposta do ex-prefeito de Nova York para alavancar a campanha. "Eu tenho certeza de que a Flórida vai decidir por si mesma", disse ele, que se saiu mal nas outras primárias do partido.

Raça
No final de semana, dominou o noticiário a discussão de Hillary Clinton e Barack Obama sobre o componente racial da campanha, em discursos na Carolina do Sul. Ela acusa o senador negro de usar o tema da raça para se promover e de se comparar a Martin Luter King, enquanto ele diz que foi ela quem trouxe o assunto à tona.
O embate começou depois que Hillary disse que King só avançou em sua luta pelos direitos dos negros depois que o presidente branco Lyndon Johnson promulgou, em 1964, a Lei dos Direitos Civis. Obama disse que ela estava subestimando o papel de King, entregando ao presidente branco o papel decisivo.
Donna Brazile, assessora do Partido Democrata e próxima de Hillary e Bill Clinton qualificou as observações da candidata de "um insulto". James Clyburn, deputado negro da Carolina do Sul (onde metade dos eleitores são negros) anunciou que, após a discussão, decidiu apoiar Barack Obama.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Bush reitera a países do Golfo acusação ao Irã
Próximo Texto: Estados Unidos: Ao menos 121 veteranos se envolveram em homicídios
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.