|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Economia domina primárias em Michigan
Estado sedia amanhã embate entre pré-candidatos republicanos; John McCain e Mitt Romney são os favoritos
DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT
A má fase da economia local
tem dado o tom da campanha
eleitoral no Estado de Michigan, que sedia amanhã a primária do partido Republicano. Michigan, como todo o país, é afetado pelo risco de recessão e pela crise das hipotecas imobiliárias (é o vice-campeão de calotes), mas o tema vai ainda mais
longe no Estado.
Em novembro, a taxa de desemprego foi a mais alta dos Estados Unidos: 7,4%, contra
4,7% da média do país. A indústria automobilística -um dos
motores de Michigan- tem reduzido seu número de postos
de trabalho. Entre 2000 e
2006, segundo o jornal "Financial Times", o Estado, que tem
10 milhões de habitantes, perdeu 250 mil empregos no setor
(35% do total).
Os números têm sido matéria-prima farta para os candidatos, que rodam fábricas e visitam sindicados no interior e
na capital Detroit. Favoritos
nas pesquisas para vencer as
primárias locais pelo partido
republicano, o senador do Arizona John McCain e o ex-governador de Massachusetts
Mitt Romney passaram o dia de
ontem no Estado falando cara a
cara com eleitores sobre causas, conseqüências e soluções
para o problema.
"Vamos começar hoje falando de economia", avisou
McCain (vencedor da primária
republicana em New Hampshire) em seu discurso, antes de
defender que Michigan deve
"liderar o país" na produção de
"tecnologia verde". O Estado
tem apostado em novos setores
para se tornar menos dependente da indústria automotiva.
Romney, que dia desses fez
discurso em uma fábrica de General Motors, disse que "o país
todo vai passar pelo que Michigan tem passado, a não ser que
nós consertemos o que está
acontecendo aqui em Michigan
e aprendamos lições que possam nos ajudar na nação."
Com pouca perspectiva de vitória no Estado, Mike Huckabee (vitorioso em Iowa e líder
nas pesquisas nacionais) fez
campanha ontem na Carolina
do Sul, que abriga primárias republicanas no dia 19 (e democratas no dia 26), enquanto Rudolph Giuliani falou com eleitores na Flórida -um dos Estados com maior peso nas primárias e grande aposta do ex-prefeito de Nova York para alavancar a campanha. "Eu tenho certeza de que a Flórida vai decidir
por si mesma", disse ele, que se
saiu mal nas outras primárias
do partido.
Raça
No final de semana, dominou
o noticiário a discussão de Hillary Clinton e Barack Obama
sobre o componente racial da
campanha, em discursos na Carolina do Sul. Ela acusa o senador negro de usar o tema da raça para se promover e de se
comparar a Martin Luter King,
enquanto ele diz que foi ela
quem trouxe o assunto à tona.
O embate começou depois
que Hillary disse que King só
avançou em sua luta pelos direitos dos negros depois que o
presidente branco Lyndon
Johnson promulgou, em 1964,
a Lei dos Direitos Civis. Obama
disse que ela estava subestimando o papel de King, entregando ao presidente branco o
papel decisivo.
Donna Brazile, assessora do
Partido Democrata e próxima
de Hillary e Bill Clinton qualificou as observações da candidata de "um insulto". James
Clyburn, deputado negro da
Carolina do Sul (onde metade
dos eleitores são negros) anunciou que, após a discussão, decidiu apoiar Barack Obama.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Bush reitera a países do Golfo acusação ao Irã Próximo Texto: Estados Unidos: Ao menos 121 veteranos se envolveram em homicídios Índice
|