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Espião-chefe egípcio conduz negociações
DA REPORTAGEM LOCAL
Fortalecido por sucessos anteriores em mediação de conflitos, o Egito
toma a dianteira como a
potência mais apta a conseguir um cessar-fogo em
Gaza. O homem no centro
das negociações indiretas
entre o Hamas e Israel é
um veterano espião encarregado do trabalho braçal,
enquanto o ditador Hosni
Mubarak espera levar o
crédito político pelo eventual acordo.
O tenente-general
Omar Suleiman, 73, o todo-poderoso chefe do serviço de inteligência egípcio -a mais eficiente organização do gênero no
mundo árabe-, desfruta
da confiança dos dois lados do conflito por ter orquestrado a última trégua.
O acordo de seis meses expirou no último dia 19.
Segundo assessores e
analistas, a principal arma
de Suleiman é a mescla de
pragmatismo e flexibilidade, que lhe confere a capacidade de ouvir e ser ouvido tanto pelos ideólogos
mais radicais do Hamas
como pela cúpula do Exército israelense.
Suleiman estudou numa
escola de guerra na ex-União Soviética nos anos
60, quando o governo de
Nasser mantinha fortes
vínculos com Moscou, e
completou a formação
com um mestrado em
ciências políticas. Com
dupla capacitação, foi rapidamente cooptado pela
inteligência militar.
Após tecer a aliança entre os serviços secretos
egípcio e dos EUA, ele foi
alçado em 1993 à chefia do
Mukhabarat, a agência nacional de inteligência. Hoje um dos homens mais influentes do Egito, é cotado
para suceder Mubarak, sete anos mais velho.
Casos semelhantes são
comuns no mundo árabe.
Bandar Sultan, ao mesmo
tempo chefe de inteligência e principal elo com os
EUA, é um dos sustentáculos da realeza saudita.
No Marrocos dos anos 80,
Driss Basri era tido como
"o vice-rei" de Hassan II.
Já Barzan al Tikriti, espião-chefe de Saddam
Hussein, teve o mesmo
destino que o chefe - foi
julgado e executado.
Com o "Independent"
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