São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mortos em Gaza são sobretudo crianças, idosos e mulheres

DA REDAÇÃO

Após 18 dias de ofensiva israelense, mais da metade dos mortos na faixa de Gaza é de mulheres, crianças e idosos.
É o que aponta o balanço das vítimas divulgado ontem pelo chefe dos serviços de emergência em Gaza, Muawiya Hassanein. O número de mortos chegou ao menos a 935 -com 280 crianças, 92 idosos (de ambos os sexos) e outras 97 mulheres.
Segundo os dados, a soma de crianças, mulheres e idosos mortos atingiu 469, o que corresponde a 50,16% das mortes computadas. Hassanein disse haver também 4.200 feridos.
A situação foi qualificada ontem pela UNWRA (agência da ONU para refugiados palestinos) como "cada vez mais frustrante". John Ging, diretor de operações da entidade em Gaza, disse que a "chave do problema" é a imediata suspensão dos combates e apelou: "Pouco importa se for um cessar-fogo formal ou informal".
A Cruz Vermelha fez eco às reclamações. Em um comunicado conjunto com o Crescente Vermelho -equivalente islâmico da entidade sediada na Suíça-, registrou que "numerosos feridos estão privados de assistência porque são incapazes de se deslocarem por conta própria aos hospitais".
"É absolutamente necessário e inegociável que as equipes médicas sejam protegidas", afirmou ontem Jakob Kellenberger, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, depois de ter visitado Gaza, onde a escassez atinge até os espaços para enterrar os mortos -placas com a inscrição "cemitério lotado" alertam os familiares a buscarem outros locais para sepultamentos.
Apesar de ter qualificado como "muito doloroso" o cenário que ele viu, sua entidade alegou não ter provas do uso ilegal de fósforo branco pelas forças invasoras. O emprego do agente foi denunciado pela ONG Human Rights Watch e por médicos de Gaza e é autorizado para iluminação ou camuflagem -mas não como munição, por produzir severas queimaduras.
Evidenciada por imagens de colunas de fumaça branca exibidas desde a invasão terrestre da faixa de Gaza, a utilização de fósforo branco não foi reportada por jornalistas que, pela primeira vez, tiveram acesso à região "embutidos" nas tropas israelenses.
Os relatos do jornal "Haaretz" e da Reuters foram feitos de um ponto distante do centro da ação. Mas trouxeram detalhes de dias anteriores da operação, como a destruição de um túnel, que soterrou três militantes do Hamas. Já a agência Associated Press disse ter ouvido de um piloto de helicóptero, o capitão Orr, que ele desviou o rumo de mísseis em missões para preservar a vida de civis.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Olmert afirma que fez Rice mudar o voto
Próximo Texto: Israel também violou trégua em Gaza, lembra o Itamaraty
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.