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Mortos em Gaza são sobretudo crianças, idosos e mulheres
DA REDAÇÃO
Após 18 dias de ofensiva israelense, mais da metade dos
mortos na faixa de Gaza é de
mulheres, crianças e idosos.
É o que aponta o balanço das
vítimas divulgado ontem pelo
chefe dos serviços de emergência em Gaza, Muawiya Hassanein. O número de mortos chegou ao menos a 935 -com 280
crianças, 92 idosos (de ambos
os sexos) e outras 97 mulheres.
Segundo os dados, a soma de
crianças, mulheres e idosos
mortos atingiu 469, o que corresponde a 50,16% das mortes
computadas. Hassanein disse
haver também 4.200 feridos.
A situação foi qualificada ontem pela UNWRA (agência da
ONU para refugiados palestinos) como "cada vez mais frustrante". John Ging, diretor de
operações da entidade em Gaza, disse que a "chave do problema" é a imediata suspensão
dos combates e apelou: "Pouco
importa se for um cessar-fogo
formal ou informal".
A Cruz Vermelha fez eco às
reclamações. Em um comunicado conjunto com o Crescente
Vermelho -equivalente islâmico da entidade sediada na
Suíça-, registrou que "numerosos feridos estão privados de
assistência porque são incapazes de se deslocarem por conta
própria aos hospitais".
"É absolutamente necessário
e inegociável que as equipes
médicas sejam protegidas",
afirmou ontem Jakob Kellenberger, presidente do Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, depois de ter visitado Gaza,
onde a escassez atinge até os espaços para enterrar os mortos
-placas com a inscrição "cemitério lotado" alertam os familiares a buscarem outros locais
para sepultamentos.
Apesar de ter qualificado como "muito doloroso" o cenário
que ele viu, sua entidade alegou
não ter provas do uso ilegal de
fósforo branco pelas forças invasoras. O emprego do agente
foi denunciado pela ONG Human Rights Watch e por médicos de Gaza e é autorizado para
iluminação ou camuflagem
-mas não como munição, por
produzir severas queimaduras.
Evidenciada por imagens de
colunas de fumaça branca exibidas desde a invasão terrestre
da faixa de Gaza, a utilização de
fósforo branco não foi reportada por jornalistas que, pela primeira vez, tiveram acesso à região "embutidos" nas tropas israelenses.
Os relatos do jornal "Haaretz" e da Reuters foram feitos
de um ponto distante do centro
da ação. Mas trouxeram detalhes de dias anteriores da operação, como a destruição de um
túnel, que soterrou três militantes do Hamas. Já a agência
Associated Press disse ter ouvido de um piloto de helicóptero,
o capitão Orr, que ele desviou o
rumo de mísseis em missões
para preservar a vida de civis.
Com agências internacionais
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