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Apoio dos colombianos a Uribe chega a 84% na crise
Ingrid Betancourt é a 2ª figura pública mais popular
DA REDAÇÃO
A repreensão dos colegas latino-americanos não abalou a
popularidade do presidente colombiano Álvaro Uribe em casa. Pelo contrário: no auge da
crise diplomática desencadeada pela ofensiva da Colômbia
contra um acampamento das
Farc em território equatoriano,
o índice de aprovação do governo Uribe atingiu inéditos 82%,
segundo pesquisa do instituto
Gallup publicada ontem.
O instituto ouviu mil colombianos, entre 4 e 6 de março,
nas quatro maiores cidades do
país -Bogotá, Medellín, Barranquilla e Cali. Moradores das
regiões rurais, menos povoadas, não foram ouvidos.
Apenas 15% desaprovavam
as ações do governo e a popularidade pessoal do presidente
chegou a 84%, aumento de três
pontos percentuais em relação
a janeiro e de oito pontos em
relação a novembro de 2007. A
margem de erro é de 3%.
O bom desempenho econômico do país, que cresceu 6,5%
em 2007, explica apenas parcialmente o sucesso de Uribe. É
a rejeição popular aos métodos
usados pelas Farc que impulsiona a popularidade do presidente linha-dura, a despeito
das acusações, surgidas no ano
passado, de vínculos de integrantes do seu gabinete e de sua
base parlamentar com paramilitares e acusações de violações
de direitos humanos.
Ontem, em nota, a ONU divulgou que desde 23 de fevereiro, quatro defensores de direitos humanos foram assassinados no país, incluindo um líder
de uma marcha recente em solidariedade a vítimas de paramilitares e crimes de Estado.
Dois dias após o ataque que
matou no Equador o número 2
das Farc, Uribe acusou os governos do venezuelano Hugo
Chávez e do equatoriano Rafael
Correa de financiarem a guerrilha. A rejeição dos colombianos
a Chávez disparou a 90% -era
de 76% na última pesquisa.
Pela primeira vez, a pesquisa
mediu também a popularidade
da ex-senadora Ingrid Betancourt, refém das Farc desde
2002, quando era candidata à
Presidência por um partido nanico. Com aprovação de 71%,
ela é a segunda figura pública
mais popular do país.
Terceiro mandato
Uribe mantém à sombra outros nomes da direita colombiana. Não há herdeiros políticos à vista. Reeleito em 2006,
ele já conta com comitê de
apoiadores, que defende a alteração da Carta colombiana para permitir um terceiro mandato do presidente. Uribe não
confirma nem nega uma possível candidatura.
O grupo entregou anteontem
ao órgão eleitoral colombiano
260,8 mil assinaturas em defesa do projeto de referendo sobre a reeleição -bem mais que
as 140 mil necessárias para
criar o "Comitê Promotor".
Uma vez criado, o comitê terá
seis meses para recolher 1,4 milhão de assinaturas em favor do
projeto -5% do eleitorado.
Depois disso, a proposta passaria por votação em dois turnos no Senado e na Câmara e
por uma revisão da Corte Constitucional. Só então haveria um
referendo sobre a o tema.
Com agências internacionais
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