São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Apoio dos colombianos a Uribe chega a 84% na crise

Ingrid Betancourt é a 2ª figura pública mais popular

DA REDAÇÃO

A repreensão dos colegas latino-americanos não abalou a popularidade do presidente colombiano Álvaro Uribe em casa. Pelo contrário: no auge da crise diplomática desencadeada pela ofensiva da Colômbia contra um acampamento das Farc em território equatoriano, o índice de aprovação do governo Uribe atingiu inéditos 82%, segundo pesquisa do instituto Gallup publicada ontem.
O instituto ouviu mil colombianos, entre 4 e 6 de março, nas quatro maiores cidades do país -Bogotá, Medellín, Barranquilla e Cali. Moradores das regiões rurais, menos povoadas, não foram ouvidos.
Apenas 15% desaprovavam as ações do governo e a popularidade pessoal do presidente chegou a 84%, aumento de três pontos percentuais em relação a janeiro e de oito pontos em relação a novembro de 2007. A margem de erro é de 3%.
O bom desempenho econômico do país, que cresceu 6,5% em 2007, explica apenas parcialmente o sucesso de Uribe. É a rejeição popular aos métodos usados pelas Farc que impulsiona a popularidade do presidente linha-dura, a despeito das acusações, surgidas no ano passado, de vínculos de integrantes do seu gabinete e de sua base parlamentar com paramilitares e acusações de violações de direitos humanos.
Ontem, em nota, a ONU divulgou que desde 23 de fevereiro, quatro defensores de direitos humanos foram assassinados no país, incluindo um líder de uma marcha recente em solidariedade a vítimas de paramilitares e crimes de Estado.
Dois dias após o ataque que matou no Equador o número 2 das Farc, Uribe acusou os governos do venezuelano Hugo Chávez e do equatoriano Rafael Correa de financiarem a guerrilha. A rejeição dos colombianos a Chávez disparou a 90% -era de 76% na última pesquisa.
Pela primeira vez, a pesquisa mediu também a popularidade da ex-senadora Ingrid Betancourt, refém das Farc desde 2002, quando era candidata à Presidência por um partido nanico. Com aprovação de 71%, ela é a segunda figura pública mais popular do país.

Terceiro mandato
Uribe mantém à sombra outros nomes da direita colombiana. Não há herdeiros políticos à vista. Reeleito em 2006, ele já conta com comitê de apoiadores, que defende a alteração da Carta colombiana para permitir um terceiro mandato do presidente. Uribe não confirma nem nega uma possível candidatura.
O grupo entregou anteontem ao órgão eleitoral colombiano 260,8 mil assinaturas em defesa do projeto de referendo sobre a reeleição -bem mais que as 140 mil necessárias para criar o "Comitê Promotor". Uma vez criado, o comitê terá seis meses para recolher 1,4 milhão de assinaturas em favor do projeto -5% do eleitorado.
Depois disso, a proposta passaria por votação em dois turnos no Senado e na Câmara e por uma revisão da Corte Constitucional. Só então haveria um referendo sobre a o tema.


Com agências internacionais


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