São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Para ministro brasileiro, Paraguai entrou "apenas com a água" na usina binacional

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No mesmo dia em que o jornal espanhol "El Mundo" publicou a entrevista do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o país vizinho "não entrou com nenhum centavo" na construção da hidrelétrica de Itaipu, apenas com a água. O ministro disse que o Brasil não está "espoliando" ninguém.
Durante discurso feito na sede do ministério, durante a posse do novo diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner, o ministro Edison Lobão decidiu falar sobre a usina hidrelétrica binacional.
Lobão disse que o Paraguai "não se convence" do acordo. "Com o Paraguai temos ainda um contencioso. Os paraguaios não se convencem, não se conformam com o cumprimento do tratado que temos com aquele país. Tratado que é um monumento jurídico, um acordo aprovado pelo Congresso brasileiro e pelo Congresso paraguaio".
O ministro disse que, durante a construção da usina, cada país deveria ter entrado com a metade dos recursos, o que não aconteceu. "O Paraguai não compareceu com nenhum centavo, porque não possuía. O Brasil emprestou", afirmou.
Ele voltou a usar a mesma expressão ao longo do discurso, ao se referir à renda gerada pela usina. "Itaipu já rendeu US$ 4 bilhões de royalties, sem que o Paraguai tenha entrado com sequer um centavo. Entrou apenas com a água, nada mais. Parte da água, porque a outra parte era brasileira."
Lobão mencionou ainda a visita do presidente paraguaio ao Brasil. "Veio aqui o presidente Lugo e disse que o Brasil pagava US$ 2,85 por MW [megawatt] consumido de Itaipu. Tivemos que dizer a ele que não era isso, e sim US$ 45", disse o ministro.
"Isso é mais do que custará a energia de Jirau e Santo Antônio [hidrelétricas que serão construídas no rio Madeira, em Rondônia]. Portanto, não estamos espoliando ninguém. Estamos fazendo aquilo que a Justiça e o tratado estabelecem", afirmou Lobão.


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