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Obama bane termo "combatente inimigo"
Mas presidente mantém o poder de prender em Guantánamo sem acusação formal quem apoiou Al Qaeda ou Taleban
Medida é passo inicial para tirar presos do limbo, mas não define novo status; militantes de direitos humanos mantêm críticas
Paul J. Richards-24.abr.07/France Presse
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Militar fala com detento no campo número 1 em Guantánamo
DA REDAÇÃO
"Combatente inimigo ilegítimo." O termo, concebido pelo
governo de George W. Bush para escorar juridicamente a detenção de inimigos dos Estados
Unidos na "guerra ao terror" à
margem da legislação americana e das regras internacionais
sobre prisioneiros de guerra,
foi aposentado pelo governo de
Barack Obama.
Ontem, em documento apresentado numa ação judicial, o
Departamento da Justiça informou que não usará mais a
expressão para justificar a manutenção de prisioneiros na base militar de Guantánamo.
Ao mesmo tempo, porém, o
documento diz que o presidente mantém a autoridade para
manter presos em Guantánamo sem acusação -o que foi
duramente criticado por ativistas de direitos humanos.
Em uma nota, o Departamento da Justiça detalhou a revogação da nomenclatura bushista -medida que, a despeito
de ter mais efeito retórico que
prático, representa o primeiro
passo para remover os detentos
da prisão em território cubano
do limbo jurídico. No dia seguinte à sua posse, quando determinou o fechamento da prisão em 12 meses, Obama ordenou a revisão do status de
"combatente inimigo", o que
segue em curso.
"O desfecho da revisão deve
levar a futuros ajustes das posições do governo, que desenvolve uma política de inclusão",
diz a nota, que trata apenas da
prisão na base militar em Cuba
-o texto não aborda a prisão de
Bagram, no Afeganistão, nem
casos de detentos confinados
em navios militares.
Críticas
O alvo das críticas dos opositores de Guantánamo foi o fato
de o Departamento da Justiça
ter mantido uma definição ampla dos suspeitos sujeitos à prisão sem acusação -todos os
que "planejaram ou cooperaram para os ataques terroristas
de 2001" ou "fizeram parte de,
ou deram apoio substancial à Al
Qaeda ou ao Taleban".
"O governo ainda diz ter autoridade para prender que extrapola as normas tradicionais
das leis humanitárias", declarou o advogado Devon Chaffee,
da Human Rights First.
Steven A. Engel, assessor jurídico no governo Bush, também não viu mudança. "O ponto importante é que eles reconhecem que podem deter integrantes do inimigo", disse.
Em relação à política anterior, mudou também a justificativa para manter presos indivíduos em Guantánamo. Bush
se escorava na autoridade de
comandante-em-chefe, independentemente de haver autorização do Congresso. Agora, o
presidente diz agir amparado
pela "Autorização para Uso de
Força Militar", aprovada pelo
Legislativo em 2001 em consonância com leis internacionais.
A medida de ontem veio em
resposta a uma imposição da
Justiça, que determinara ao governo definir precisamente
quem poderia ser preso como
"combatente inimigo".
Atualmente, há cerca de 240
detentos em Guantánamo. O
destino de 60 deles -que não
serão acusados judicialmente
pelos EUA, mas não podem ser
mandados de volta aos países
de origem sob pena de perseguição- deve ser a Europa.
Com agências internacionais e "Financial Times"
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