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Colômbia vota em primárias para selar a sorte do uribismo
Partido Conservador, da base governista, escolhe hoje entre pré-candidato pró-Uribe e concorrente que defende voo solo
País também elege novo
Congresso, em pleito com
menos pressão de grupos
armados, mas sob influência
econômica do narcotráfico
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Colômbia elege hoje seu
novo Congresso também de
olho em outra votação: as primárias do Partido Conservador, da base governista. A escolha é considerada decisiva para
a definição do quadro da disputa presidencial, ultracompetitivo sem Álvaro Uribe no páreo.
Quatro nomes lutam pela
candidatura pelo conservadorismo, a segunda força do bloco
de Uribe atual. Dois deles tem
chances: o ex-ministro da Agricultura, Andrés Felipe Arias, e a
ex-embaixadora da Colômbia
no Reino Unido Noemí Sanín.
As primárias são abertas
-não só filiados à sigla votam-
, o que torna o resultado ainda
menos previsível. Segundo
analistas, se Arias vencer, há
mais chances de a aliança central do uribismo -entre os conservadores e o Partido de La
U- sobreviver, fortalecendo o
atual governismo na eleição
presidencial de 30 de maio.
Arias, batizado de "Uribito"
pela semelhança com presidente, apoiaria, ao menos no
segundo turno, o candidato até
agora mais bem posicionado
nas pesquisas, o ex-ministro da
Defesa, Juan Manuel Santos
(Partido de La U).
Mas se a vencedora for Sanín,
o uribismo terá problemas. Ela,
com duas décadas de experiência política e candidata à Presidência duas vezes, insistiu pelas primárias e tem marcado alguma distância de Uribe -cuja
intenção de concorrer a um terceiro mandato foi barrada pela
Justiça em fevereiro. "Sanín
tem um perfil mais de centro,
poderia levar setores independentes e ir ela mesmo para o segundo turno contra Santos",
diz o analista Juan Lodoño.
Segundo a ONG MOE (Missão de Observação Eleitoral), a
votação para escolher 266 legisladores ocorrerá com menos
pressão de grupos armados ilegais do que em 2006 -quando
estava em curso a desmobilização dos grupos paramilitares.
Ainda assim, a MOE afirma
que, em 402 dos pouco mais de
mil municípios, há risco de
fraude ou de voto sob pressão.
A ONG também critica as regras frouxas de financiamento
que permitem prever a afluência do bilionário lucro do narcotráfico nas campanhas. O
pleito foi marcado pela tentativa de camuflagem de grupos
políticos ligados ao paramilitarismo em novas siglas.
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