São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Sendai é cenário em ruínas com cheiro de morte

EWERTHON TOBACE
COLABORAÇÃO PARA A
FOLHA, DE SENDAI


O cheiro forte de lama, peixes e corpos em decomposição toma conta do ar nas áreas atingidas pelo terremoto e devastadas pelo tsunami em Sendai, capital da província de Miyagi. Destroços, móveis e veículos amontoados ocupam as ruas. É impossível não se impressionar com o cenário.
Após quase 28 horas de viagem a partir da capital japonesa, a reportagem chegou por volta das 23h (horário local) ao local mais próximo do epicentro do terremoto que devastou o Japão.
Pelo caminho, já dava para ter uma ideia do que havia por ver. Casas destelhadas, rachaduras no asfalto e muros destruídos eram os sinais visíveis de que a fúria da terra havia sido grande.
Além da falta de energia, não há comida e água. Nos supermercados e lojas de conveniência, as prateleiras estão vazias. A gasolina está sendo racionada, e muitos postos só têm óleo diesel e querosene para vender.
O temor permanece nos rostos das pessoas, que ainda se assustam com os tremores secundários.
Mesmo de madrugada, alguns carros circulam pelas ruas escuras. Provavelmente são japoneses em busca desesperada por notícias dos parentes desaparecidos. O risco de saque também é grande, já que não há policiamento nas ruas.
Alberto Oshiro, 48, um dos motoristas da reportagem, ficou impressionado com as cenas que viu. Ele, que já foi voluntário em outro terremoto de grandes proporções no Japão, afirmou nunca ter visto nada parecido em sua vida. "Não tem vida nas ruas. A água veio e levou tudo", resumiu.


Texto Anterior: Tragédia no Japão: Casal de idosos escapa minutos antes de mar de lama cobrir bairro
Próximo Texto: Notícias de usinas põem em dúvida ação do governo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.